A Google tem vindo a desenvolver sistemas de realidade aumentada nos últimos 10 anos, entre avanços e recuos. Começou por lançar em 2013 o Google Glass, inicialmente para programadores e mais tarde para o público em geral, mas ficaram aquém do sucesso desejado. A gigante tecnológica ainda lançou uma segunda versão, desta vez reposicionados para o mercado empresarial, indo ao encontro do que a Microsoft fez com o HoloLens.

Em 2022 a Google voltou à carga, investindo na aquisição de empresa que estava a desenvolver tecnologia inovadora de microLED. A tecnologia serviu de base para a construção do headset de realidade aumentada que tinha como nome de código Project Iris. E tudo indicava que o equipamento fosse lançado em 2024. O headset recorre a uma mistura entre gráficos computorizados e imagens do mundo que rodeia o utilizador, captadas por câmaras exteriores, tudo para obter uma experiência de realidade mista mais imersiva.

Google tem "na calha” um novo equipamento de realidade aumentada que pode chegar em  2024
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Mas parece que a Google voltou a perder o fôlego na tecnologia de realidade aumentada e tudo indica que poderá ter desistido da construção do headset. O Business Insider avança que o Project Iris foi cancelado, seguindo-se a uma restruturação nos últimos meses, que levou à saída do líder do departamento de realidade aumentada, Clay Bavor, segundo três fontes anónimas da publicação. As constantes mudanças de estratégia nos projetos de realidade aumentada terão também sido assumidas com frustração pelos membros da equipa ligados à divisão.

Depois de ter cancelado o headset Google Iris, a gigante tecnológica parece estar apenas focada na construção de uma plataforma de software para realidade aumentada com o objetivo de licenciar a outras fabricantes de óculos de realidade aumentada. A plataforma é conhecida internamente como Betty e uma das fontes refere-a como pretendendo ser uma espécie de Android para AR.

O anúncio do headset Vision Pro da Apple mexeu as águas na indústria. A Google está a ajudar a Samsung a criar os seus óculos de realidade aumentada, ao passo que a Meta, que se especializou em realidade virtual, acabou por fazer uma parceria muito estratégica com a Magic Leap para desenvolver tecnologia semelhante.

Dois dos empregados que reportaram a mudança de estratégia da Google disseram ainda que seria possível a empresa voltar a ressuscitar o headset Iris um dia. Mas no geral, as equipas continuam a experimentar a tecnologia de realidade aumentada, enquanto que outras estão associados à parceria com a Samsung e na criação da plataforma de software.