A Polícia Judiciária, através da sua UNC3T (Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica), deteve um jovem de 19 anos, e identificou e constituiu arguido um outro suspeito de 23 anos, pela prática reiterada de crimes de acesso ilegítimo, falsidade, dano e sabotagem informática. A PJ afirmou em comunicado, que a ação teve sequência de participações de diferentes entidades, com reincidência dos suspeitos.

A PJ procedeu a buscas domiciliárias em quatro locais, tendo apreendido diverso material informático utilizado nas respetivas práticas ilícitas, entre eles ataques de DDoS e Defacing, direcionados a entidades públicas e privadas. Essas práticas mostravam sinais de agravamento nos últimos dois meses.

É referido que o jovem detido já tinha antecedentes por crimes idênticos, e vai ser presente a um primeiro interrogatório judicial de forma a conhecer as medidas de coação adequadas. A PJ acrescenta que, além de comprometerem a integridade e disponibilidade dos dados e da informação das entidades visadas, estes crimes afetam a paz social e a segurança no domínio do ciberespaço.

Em declarações ao SAPO TEK, o Dr. Carlos Cabreiro, diretor da UNC3T, confirmou que a detenção do jovem está ligado ao grupo Cyberteam, o mesmo que terá acedido a milhares de endereços de email e respetivas palavras-passe de entidades públicas, governamentais, operadores de telecomunicações como a Altice Portugal, polícia, bancos, partidos, Segurança Social e até clubes de futebol, com alusão à "revolução dos cravos" do 25 de abril. O grupo de hackers, terá planeado um ataque concentrado para libertar online esses dados, no dia do início do julgamento do caso coletivo Anonymous, que levou a tribunal 21 pessoas acusadas de pirataria informática, entre elas Rui Cruz, o fundador do TugaLeaks.

O diretor da UNC3T afirmou que as investigações continuam, havendo outros suspeitos a serem investigados. Ainda relativamente ao caso do jovem detido por antecedentes em crimes informáticos, o Dr. Carlos Cabreiro referiu ao SAPO TEK que este pertencia ao grupo Anonymous, mas na altura da detenção dos sujeitos levados a tribunal ainda era menor de idade, tendo sido colocado na altura numa casa de correção. No entanto, o diretor da UNC3T, descartou qualquer ligação do jovem ao recente ataque à EDP.