"Temos informações de que a Rússia está a planear um ataque prolongado de shaheds (drones explosivos)", disse Zelenskyy no seu último vídeo noturno, gravado na noite de segunda-feira, acrescentado que o objetivo é combater a resistência da Ucrânia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, tem tentado explorar formas de aumentar a confiança dos responsáveis militares na guerra, depois de, nos últimos meses, ter perdido várias batalhas graças à contraofensiva ucraniana apoiada por armas fornecidas pelo Ocidente.

No mais recente embaraço para a presidência russa (Kremlin), as forças ucranianas dispararam rockets contra uma instalação da região leste de Donetsk, onde estavam estacionados soldados russos, matando 63, num dos ataques mais mortíferos contra as forças russas desde o início da guerra, há mais de 10 meses.

Rússia está a utilizar “drones kamikaze” para atingir infraestruturas críticas na capital da Ucrânia
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As defesas aéreas da Ucrânia reforçadas pelo Ocidente tornaram difícil aos aviões de guerra russos realizar ataques com mísseis.

Por isso, a Rússia pretende usar drones explosivos de fabrico iraniano, já que constituem armas baratas, mas aterrorizantes quer para soldados quer para civis.

O Instituto para Estudos da Guerra, um gabinete estratégico dos Estados Unidos, considera que Putin está a tentar aumentar o apoio à sua estratégia entre as principais vozes na Rússia.

"A campanha aérea e de mísseis da Rússia contra a Ucrânia não deve estar a gerar, entre os nacionalistas da Rússia, os efeitos que o Kremlin queria", referiram os analistas, adiantando que "os fracassos militares vão continuar a complicar os esforços de Putin para apaziguar a comunidade pró-guerra russa e manter a narrativa dominante no espaço de informação doméstico".

Zelensky alertou que nas próximas semanas "as noites podem ser bastante agitadas" e acrescentou que os dois primeiros dias deste ano foram marcados por ataques noturnos implacáveis de drones contra cidades ucranianas e infraestruturas de energia, mas garantiu que as forças do país abateram mais de 80 drones de fabrico iraniano.

Além de tentar reduzir a resistência à invasão russa, os drones têm como alvo a rede de energia ucraniana, sobretudo para deixar os civis à mercê do rigoroso inverno. "Cada drone abatido, cada míssil abatido, cada dia em que mantemos a eletricidade para o nosso povo com quebras mínimas são vitórias", disse Zelensky.

Durante a madrugada de hoje, a Rússia enviou drones para a cidade de Druzhkivka, na região parcialmente ocupada de Donetsk, ferindo duas pessoas, informou o vice-chefe do gabinete presidencial da Ucrânia, Kyrylo Tymoshenko. Nas últimas 24 horas, 27 destes drones de fabrico iraniano foram identificados e desativados, adiantou a mesma fonte.

No total, foram registados 32 ataques russos na região, que atingiram principalmente alvos civis, incluindo uma arena de hóquei no gelo considerada como a maior escola de hóquei e patinagem artística da Ucrânia.

O bombardeamento russo durante a noite também foi relatado na região nordeste de Kharkiv e na região sudeste de Dnipropetrovsk.

Nas áreas recentemente reconquistadas da região sul de Kherson, o ataque matou duas pessoas e feriu outras nove, disse o governador ucraniano de Kherson, Yaroslav Yanushevich, adiantando que, na segunda-feira, as forças russas dispararam contra a cidade 32 vezes.

Segundo o Estado-maior ucraniano, a resposta ucraniana aos ataques em Kherson provocou 500 baixas entre soldados russos.

As imagens de satélite têm permitido acompanhar a evolução no terreno e o SAPO TEK tem partilhado várias imagens da evolução da guerra.

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