Considerado o período mais difícil de isolamento social devido à pandemia de COVID-19, a tecnologia pode diminuir a barreira da distância, e foi isso que um estudo da Kaspersky confirmou. Num inquérito realizado pela empresa, 29,4% das pessoas responderam que passam pelo menos cinco horas por dia online, seja a conversar com amigos, ou a navegar nas redes sociais. E 56,8% já utilizam as novas plataformas de videochamadas, como o Zoom, para manterem o contacto.
Já 42,4% dos inqueridos afirmam que o facto de enviarem e receberem mensagens de texto também os tem ajudado a fazer face à solidão que já sentiam ou que se acentuou nos últimos meses devido ao isolamento social. Ainda sobre a solidão, 21% dos portugueses afirmaram que publicar mensagens no Facebook e outras redes sociais ajudou também a combater a solidão.
Ainda assim, segundo a psicóloga clínica Rita Salazar Dias, que fez a análise ao estudo da Kaspersky, chama a atenção para a ambiguidade da tecnologia, pos aquele que está a desempenhar um papel fundamental para o combate da solidão, também poderá gerar dependência, e desta forma acentuar o isolamento.
“O digital que permitiu aproximar pessoas distantes fisicamente, de algum modo, também gerou afastamento de pessoas fisicamente próximas e nalguns casos de risco facilitou mesmo o isolamento. Existem muitas pessoas, sobretudo adolescentes e idosos, que já estavam socialmente isolados. Os adolescentes mais virados para o mundo cibernauta que os afasta dos contactos afetivos e sociais tão importantes para o seu desenvolvimento saudável, e os idosos, no polo oposto, que não puderam fazer uso da tecnologia para quebrar o isolamento decorrente desta situação pandémica”, comenta a especialista.
Além de comunicarem online, os utilizadores também utilizam a tecnologia em outras utilizações. 57,6% dos inquiridos usam os equipamentos para ver programas televisivos, filmes e séries. Mas 44,2% prefere usar a tecnologia para ouvir música, como no Spotify, para combater a solidão.
Apesar da COVID-19 ser um perigo no exterior, a Kaspersky alerta para os perigos do mundo online e como os utilizadores devem estar atentos, protegendo os seus equipamentos. Aconselha a manter todas as aplicações atualizadas, a fazer uma cópia de proteção dos dados, usar palavras-passe únicas e complexas, e a não responder a mensagens não solicitadas. Deverá ainda desligar periféricos que não está a utilizar, como microfones e webcams para manter a segurança online.
O estudo foi realizado pela agência independente Arlington Research, num universo em Portugal de 500 pessoas, com idades superiores a 18 anos. O estudo foi realizado a nível internacional.
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