O Congresso dos Estados Unidos da América discute, por estes dias, o aumento da idade mínima para o uso de redes sociais, depois do Public Health Service ter pedido, na pessoa do seu diretor, Vivek Murthy, que o governo criasse novas restrições ao acesso de adolescentes a estas plataformas.

Murthy acredita que as autoridades devem considerar os problemas de autoestima e confiança que afetam as gerações mais novas. O tema tem estado em debate desde a publicação de um artigo, em 2021, pelo Wall Street Journal. A peça em questão revelava algumas discussões que teriam sido mantidas entre colaboradores e executivos do Facebook, onde o impacto das redes na saúde mental dos utilizadores era visto como um problema real.

Escolas nos Estados Unidos levam redes sociais a tribunal por prejudicarem a saúde mental dos jovens
Escolas nos Estados Unidos levam redes sociais a tribunal por prejudicarem a saúde mental dos jovens
Ver artigo

Apesar dos esforços, nenhuma proposta de lei sobre o tema foi aprovada, ainda, embora, recentemente, duas tenham reunido grande apoio junto dos congressistas. O documento em questão definia uma série de medidas de segurança sob as quais as crianças deveriam ser ensinadas a utilizar a internet.

Em janeiro, num artigo de opinião, o presidente dos EUA afirmou que "as empresas de redes sociais devem ser chamadas à responsabilidade pela experiência que estão a fazer com as crianças, a troco de dinheiro".

Apesar de parecer um tema unidirecional no que às opiniões diz respeito, Taylor Barkley, diretor de inovação e tecnologia no Center for Growth and Opportunity, da Utah State University, sublinha que apesar de as redes sociais poderem ser prejudiciais para as crianças, existem benefícios que não devem ser hipotecados. "Apesar dos headlines e das narrativas dominantes, nunca foi provada a existência de uma relação causal. A ligação é, na melhor das hipóteses, correlacional", escreveu Barkley no documento recentemente publicado, “What Should Policymakers Do About Social Media and Minors?”.

Propostas destas terão sempre custos. Os sistemas de verificação de idade vão exigir que os utilizadores partilhem mais informações pessoais, por forma a que seja possível distinguir os adultos das crianças.

É expectável que novas propostas sejam discutidas no senado, este ano.