Uma legislação insuficiente, associada à falta de meios estão a tornar o Brasil um dos principais centros de cibercrime do mundo. A notícia é avançada hoje pelo New York Times que entrevista um hacker, apresenta um estudo e recolhe testemunhos policiais, confirmando a acusação.
O estudo apresentado pelo jornal norte-americano, realizado pelo mi2g Intelligence Unit - uma consultora de Internet com sede em Londres - garante que o Brasil liderou a tabela dos países mais activos em termos de cibercrime, pelo menos, nos últimos dois anos. Segundo o documento, os 10 grupos de hackers mais activos do mundo estão no Brasil onde se incluem organizações como Inferno Virtual, Quebrar a sua Segurança, entre outras. Só este ano 96 mil dos ataques à rede contabilizados e registados tiveram origem no Brasil, divulgou a consultora há menos de um mês. O número é seis vezes superior ao atribuído a países como a Grécia, por exemplo
A braços com um número muito elevado de crimes, a polícia brasileira assume a falta de recursos para lidar com a situação emergente. Em São Paulo, por exemplo, são apenas 20 os agentes destacados para investigar este tipo de casos. Em média, identificam cerca de 40 cibercriminosos por mês. A própria policia reconhece, no entanto, que este "número é pouco significativo num universo tão alargado e a crescer a um ritmo tão acelerado", diz Ronaldo Tossunian, Comissário do departamento.
O mesmo responsável admite que a legislação brasileira não facilita o trabalho da policia. Anterior a 1998, esta legislação não permite que a policia prenda um hacker pela sua entrada ilegal num site ou por ter espalhado um vírus através da rede. Para que isso aconteça a policia terá de conseguir provar que este acto resulta num crime. Ou seja, a prova física de roubo de dinheiro através da cópia dos dados de um cartão de crédito, por exemplo, nunca é dispensável, explica o jornal.
O artigo cita ainda alguns analistas para dizer que muitas das grandes instituições brasileiras, como os bancos, estão pouco disponíveis para admitir o problema e ouvir possíveis soluções.
O hacker entrevistado pelo New York Times, Marcos Assunção, explica que os hackers brasileiros estão a tornar-se perigosos porque "têm pouco a temer do ponto de vista legal", o jovem de 22 anos que trabalha numa empresa de segurança, diz ainda que os hackers brasileiros "socializam" mais que os dos países desenvolvidos, trocando informação entre eles e ganhando a capacidade para planear ataques mais poderosos.
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