No início de março, em resposta ao conflito na Ucrânia, o Conselho da União Europeia aplicou sanções restritivas à RT (Russia Today) e à agência Sputnik. Agora, a Comissão Europeia pede à Google para que bloqueie resultados sobre ambos os meios de comunicação estatais no seu motor de busca na União Europeia.

Recorde-se que, em linha com as sanções europeias, tecnológicas como a Meta, Twitter, TikTok e YouTube anunciaram que iriam restringir o acesso às contas da RT e da Sputnik nas suas plataformas. Também a Google e a Apple removeram as aplicações dos dois meios de comunicação russos das suas lojas digitais.

Como avança o The Washington Post, num documento enviado pela gigante de Mountain View para uma base de dados online de pedidos feitos por governos, Bruxelas afirma que as medidas de restrição aos meios de comunicação estatais russos não se aplicam somente às suas contas em plataformas digitais, mas também a resultados em motores de busca.

“A atividade dos motores de busca desempenha um papel decisivo na disseminação de conteúdo, no sentido que o torna acessível a qualquer utilizador da Internet que faça uma pesquisa, quer por indicação do conteúdo ou termos relacionado”, detalha a Comissão no documento.

Bruxelas enfatiza que, caso sejam não removidos os resultados da RT e Sputnik de motores de busca como o Google, os mesmos “facilitariam o acesso do público” aos seus conteúdos.

O documento detalha que a ordem de restrição aos dois meios de comunicação estatais russos se também se aplica às publicações feitas por utilizadores que reproduzem o seu conteúdo qualquer rede social, que devem ser eliminadas pelas plataformas. A Comissão Europeia abre, porém, uma exceção a meios de comunicação que estejam a noticiar os efeitos das sanções aplicadas à RT e Sputnik.

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Ainda ontem, numa  reunião informal dos ministros europeus que têm a tutela das telecomunicações e assuntos digitais, foi discutida a ajuda à Ucrânia e o combate à desinformação foi também sublinhado como premente. "As plataformas online, em particular as empresas de redes sociais, têm um papel decisivo a desempenhar nesta área", referiu o Conselho da União Europeia em comunicado.

Uma declaração política adotada por unanimidade pelos 27 ministros pediu também às empresas de tecnologia que tomem medidas voluntárias adicionais para combater a desinformação online e a manipulação da informação.