A Meta foi classificada entre as organizações “terroristas e extremistas” do serviço russo de supervisão financeira, constatou hoje a agência noticiosa France-Presse (AFP) no portal deste órgão do Governo russo.

Em março, a Meta foi declarada uma organização “extremista” por um tribunal russo e as suas duas principais redes sociais, Instagram e Facebook, foram bloqueadas na Rússia.

Recorde-se que, na altura, a Meta mudou temporariamente a sua política de conteúdos para permitir posts com apelos à violência contra invasores russos, que passaram a ser considerados uma forma de discurso político, em vez de simples discursos de ódio. Em resposta, a Rússia abriu um processo contra a Meta, apelando à justiça para que considere a tecnológica como uma organização criminosaacusando-a de ser uma “organização extremista”.

O Comité Russo de Investigação indicou que a decisão da Meta violava os artigos da lei criminal contra as manifestações públicas para atividades extremistas. "Estas ações da direção da Meta não só formam uma ideia de que a atividade terrorista é permissível, como têm o objetivo de incitar o ódio e a inimizade direcionado aos cidadãos da Federação Russa", salientou.

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Foi assim instaurada em tribunal uma ação para reconhecer a Meta como uma organização extremista e proibir as suas atividades na Rússia. Estima-se que o Facebook tenha 7,5 milhões de utilizadores na Rússia, o Instagram 50,8 milhões e o WhatsApp 67 milhões.

A ilegalização de atividades de organizações com o “estatuto” de “extremista e terrorista” estendeu-se também o movimento Vesná (Primavera), fundado em 2013, em São Petersburgo, que organizou vários protestos contra a mobilização parcial de reservistas russos para combater na Ucrânia.

Após o Presidente russo, Vladimir Putin, ter assinado, a 21 de setembro, o decreto de mobilização parcial para o conflito ucraniano, o movimento Vesná convocou ações de protesto em Moscovo e nas principais cidades do país, em que milhares de pessoas foram presas.

A mobilização parcial de 300.000 reservistas provocou um êxodo de homens em idade militar para o exterior. O líder da oposição russa, Alexei Navalny, detido, acusou Putin de tentar matar centenas de milhares de pessoas, enviando-as “para a trituradora da guerra”.