
O fenómeno é relativamente novo mas está a crescer. O número de menores portugueses aliciados para fins sexuais no TikTok tem vindo a aumentar. Este aliciamento parte muitas vezes de conversas inocentes na área de chat da rede social, ou de comentários aos desafios, populares na rede social. A informação foi confirmada ao Expresso por Ricardo Estrela, gestor da Linha Internet Segura, da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV).
Os primeiros casos terão sido detetados em março deste ano. As meninas são mais visadas nestes esquemas que os rapazes e os agressores estão normalmente fora de Portugal. Já foram identificados cerca de uma dezena de casos.
“Tal como acontece noutros países, também em Portugal se verifica um aumento destas situações. O Tik Tok começa a ser utilizado por adultos para interagir com menores, na sua maioria raparigas, através de uma nova funcionalidade de chat da plataforma. Têm-nos chegado relatos dessas situações”, referiu o responsável em declarações ao semanário.
Quem aborda os menores pretende obter fotos ou vídeos e chega normalmente ao contacto com as jovens a partir de vídeos publicados na rede social, muitas vezes relacionados com os populares desafios do TikTok. Recorre a perfis falsos, identificando-se também como jovem, e prolonga a interação no chat da rede social até ganhar a confiança da vítima e estabelecer uma relação amorosa à distância. Depois disso começa a solicitar fotos ou vídeos de cariz sexual.
Os dados já apurados pelas autoridades sobre este tipo de casos, que também se têm verificado noutros países, permitem concluir que os conteúdos solicitados são muitas vezes usados pelos próprios, mas são também partilhados em sites para o efeito e comercializados.
Em Portugal, as denúncias apresentadas através da Linha Internet Segura são encaminhadas para a unidade de cibercrime da Polícia Judiciária, que nestes casos recorre a mecanismos de cooperação europeia para recolher e partilhar dados. A PJ não confirmou ao Expresso quantas das denúncias apresentadas resultaram até agora em investigações.
O responsável referido no artigo admite que as redes sociais têm feito algum trabalho para evitar este tipo de situações e que organismos como a Linha Internet Segura também fazem o seu, denunciando às plataformas todos os perfis suspeitos que consigam identificar para serem bloqueados.
Ricardo Estrela acredita, no entanto, que é preciso implementar mecanismos de controlo da idade mais eficazes, capazes de verificar de facto a idade dos utilizadores, que muitas vezes não corresponde à indicada (tanto nos jovens como nos predadores). Também aos pais se pede que estejam atentos a sinais de alerta e que monitorizem a utilização deste tipo de plataformas pelos filhos.
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