As eleições presidenciais norte-americanas deste ano serão certamente um momento decisivo para o futuro do país. Dezenas de milhares de cidadãos norte-americanos já exerceram o seu direito de voto, seja através do correio ou por voto antecipado e para alguns eleitores, esta será a primeira vez que vão votar digitalmente.
Em determinadas partes de Estados como o Utah, Virgínia do Norte, Oregon e Carolina do Norte estão a ser feitos testes através de aplicações mobile como a Voatz ou de plataformas online como a Democracy Live. Os testes, que já foram realizados noutras eleições, contam com algumas centenas de participantes, na sua maioria militares ou eleitores que vivem fora dos Estados Unidos, assim como cidadãos com deficiências.
Em entrevista à BBC, Bradley Tusk, fundador da organização Tusk Philanthropies que financia a implementação do sistema de voto digital da Voatz, explica que o grande objetivo é fazer com que cada vez mais pessoas possam exercer o seu direito de voto, embora, para já, as tecnologias que atualmente existam não sejam capazes de suportar milhões de eleitores.
Os riscos de segurança do voto online têm vindo a preocupar os especialistas. Por exemplo, ainda neste ano, um conjunto de investigadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) descobriu que existiam múltiplas vulnerabilidades no sistema da Voatz. Num estudo, os investigadores explicam que um hacker que conseguisse comprometer o smartphone de um utilizador poderia facilmente alterar o seu voto.
Já noutro estudo realizado em junho, os investigadores verificaram também que a Democracy Live padecia de vulnerabilidades semelhantes. De acordo com Michael Specter, investigador do MIT que liderou ambos os estudos, é “surpreendente” a facilidade com que é possível hackear as plataformas.
Em resposta às investigações, Bryan Finney, fundador da Democracy Live, afirma que ainda há muito para apender e é por esse motivo que estão a ser feitos testes mais “responsáveis” e de menores dimensões. “Ainda não temos todas as respostas”, sublinha o responsável, indicando que nem a comunidade académica ou de cibersegurança as têm.
Já Nimit Sawhney, fundador da Voatz, indica que o escrutínio à tecnologia criada pela empresa é importante, no entanto, existem muitas questões apontadas que são hipotéticas ou assunções incorretas. Após a publicação do estudo do MIT no início do ano, a empresa defendeu-se, argumentando numa publicação no seu blog oficial que os métodos utilizados pelos investigadores tinham falhas.
Recorde-se que, fora dos Estados Unidos, a Estónia é um dos países pioneiros em matéria de voto online. Através de um sistema denominado i-voting, os eleitores podem antecipar o seu voto e até mudar a sua decisão num determinado período de tempo antes do ato eleitoral.
O sistema permite ainda informar os eleitores de que as entidades registaram o seu voto, porém, as pessoas não podem utilizar o i-voting durante o dia de eleições. Nas eleições parlamentares de 2019, 44% do eleitorado decidiu votar através do sistema de i-voting.
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