As restrições impostas nos Estados Unidos devido à COVID-19 não têm agradado todos os cidadãos e os protestos nas ruas têm aumentado. Para fazer face a esta situação, o Facebook irá remover publicações que promovam manifestações contra o confinamento social na Califórnia, Nova Jérsia e Nebraska, estados onde esses eventos são proibidos. A decisão surge depois de a rede social ter divulgado um mapa com os resultados dos inquéritos sobre os sintomas da COVID-19.

A notícia foi avançada pela CNN Monday, a quem o representante da rede social Andy Stone explicou a estratégia do Facebook. As publicações criadas no separador de eventos que promovam protestos nos três estados norte-americanos serão eliminadas, mas o mesmo poderá não acontecer noutros casos. Outros posts, incluindo de grupos na rede social sobre as manifestações, poderão não ser eliminados.

"A menos que o governo proíba este tipo de eventos durante esse período, iremos permitir que seja organizado no Facebook", explicou Andy Stone. "Por esse mesmo motivo, protestos que desafiam a orientação do governo sobre distanciamento social serão proibídos".

Facebook cria teste de diagnóstico digital para ajudar investigadores a estudar a COVID-19
Facebook cria teste de diagnóstico digital para ajudar investigadores a estudar a COVID-19
Ver artigo

Ainda assim, parece que a questão não está muito clara entre o Facebook e os três estados. Ao site, um representante do Estado de Nova Jérsia, Alyana Alfaro Post, garantiu que "não foi pedido ao Facebook para eliminar páginas ou publicações de eventos que promovam protestos em torno do confinamento social". No caso do Estado do Nebraska, o governo garante não ter conhecimento de protestos nem de ter pedido à rede social para eliminar páginas de eventos.

O Facebook está agora a tentar obter respostas de outros governos estaduais, de Wisconsin, Ohio, Pensilvânia e Nova Iorque. O objetivo é saber se estes protestos também são proibidos nestes estados, em linha com as diretrizes de distanciamento social.

Facebook empenhado em ajudar os investigadores a combaterem a COVID-19

Com a ajuda do Facebook e da Google, investigadores da Universidade de Carnegie Mellon estão a analisar a pandemia nos Estados Unidos e esperam prever em breve a atividade da COVID-19 com um período de antecipação de várias semanas. Alguns dos primeiros resultados dos inquéritos online já estão disponíveis e revelam, por exemplo, que em alguns subúrbios da cidade de Nova Iorque, cerca de 2% a 3% das pessoas estão a ter sintomas semelhantes aos provocados pela doença.

COVID-19: Google e Apple aliam-se na criação de soluções para prevenir falsos alarmes
COVID-19: Google e Apple aliam-se na criação de soluções para prevenir falsos alarmes
Ver artigo

A informação foi divulgada por Mark Zuckerberg num artigo de opinião do Washington Post, onde garante que pretende que os inquéritos sejam lançados em todo o mundo. Disponível está já o primeiro mapa do Facebook com os resultados agregados, e que mostram as regiões onde as pessoas estão a sentir mais e menos sintomas semelhantes aos da COVID-19. O objetivo é que a informação seja regularmente atualizada.

Mille Lacs e Navajo são os condados onde a percentagem de pessoas que garantiu ter sintomatologia semelhante  é maior, de 3,7%. No entanto, de notar que em algumas regiões a informação não está disponível, por escassez de respostas aos inquéritos.

Facebook & Carnegie Mellon University COVID-19 Symptom Map
Facebook & Carnegie Mellon University COVID-19 Symptom Map

Apesar de os resultados ainda estarem a ser congregados, o CEO da rede social fala em dados “promissores”, uma vez que são compilados com outras informações importantes. Mark Zuckerberg revela, por exemplo, que a informação poderá ajudar a prever as regiões para onde o vírus se irá espalhar, explicando, ainda, que a Universidade está a desenvolver uma API, para os que os investigadores tenham acesso aos resultados.

Em plena pandemia de COVID-19 têm sido várias as medidas do Facebook para combater a desinformação e, ao mesmo tempo, animar os dias daqueles que estão em casa a maior parte do tempo. A rede social antecipou, por exemplo, o lançamento da versão mobile do Facebook Gaming, para já disponível apenas para Android. Já no final de março, o Instagram anunciou novas atualizações para manter as pessoas "informadas, seguras e apoiadas". Uma delas foi o lançamento de uma "forma de navegar" na rede social através de videochamada, o Co-Watching.