De forma a responder ao crescente número de crimes perpetuados na Internet, a Polícia Judiciária criou uma Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e Criminalidade Tecnológica, que acaba de comemorar dois anos. A equipa contém especialistas em diversas áreas, desde a pirataria, à propagação de malware, crimes relacionados com abuso de menores ou burlas informáticas, crimes a entidades bancarias, bitcoins e e-commerce.

Ao longo dos dois anos foram somadas vitórias importantes que destacam a importância desta nova divisão, mas ainda há muito trabalho pela frente, com os inspetores “sempre numa corrida contra o tempo”, refere Carlos Cabreiro, diretor da divisão de combate ao cibercrime à TSF, destacando que os criminosos tendem a estar sempre um passo à frente da polícia. O responsável explica que no espaço online não existem fronteiras, sendo o conceito de cooperação intrínseco à internet, e com limitações, devido à autonomia e independência dos Estados.

Durante a entrevista à TSF, foi revelado que só no ano passado a Polícia Judiciária investigou 9.819 casos, fazendo um balanço positivo dos dois anos a operar especificamente no espaço cibernético.

Assim, e por ser fácil qualquer pessoa ser vítima de um cibercrime, Carlos Cabreiro reforça a responsabilidade de todos os utilizadores tomarem precauções para se defenderem quando navegam pela internet ou utilizam os seus dispositivos online. Aconselha as pessoas a tomarem precauções redobradas quando utilizam as redes wi-fi abertas ao público, sobretudo evitar o acesso a informação sensível, já que um hacker pode estar “à espreita na esquina”.

Embora as entidades bancárias tenham reforçado a segurança nos seus sistemas, há situações em que os pagamentos podem ser debilitados, acrescenta o líder da Unidade de Combate ao Cibercrime, reforçando que é necessário as pessoas terem atenção ao estado de privacidade da rede de internet que estão a utilizar, sobretudo quando estão a fazer pagamentos ou a utilizar passwords.

Outra dica importante refere a importância da mudança frequente das passwords, e as mesmas nunca devem ser utilizadas em todas as redes sociais, por exemplo, destacando que cada sistema deverá ter a sua própria palavra-passe. Por fim, ter atenção aos grupos de amigos nas redes sociais e o tipo de conteúdo que se partilha publicamente, sobretudo fotografias de crianças, para evitar casos de abuso sexual de crianças online.