Entre os 500 sites que replicam a informação disponibilizada pelo polémico WikiLeaks está agora um português, gerido por um jovem de 23 anos.

Os documentos podem ser consultados a partir do domínio ruicruz.pt, propriedade de um cidadão que dá pelo mesmo nome e que entende que a defesa da liberdade na Internet justifica a decisão de albergar a base de dados.

Em declarações à TSF, Rui Cruz diz que decidiu replicar a informação disponibilizada pelo Wikileaks em acesso livre em nome da liberdade e por estar contra qualquer silêncio imposto na Internet.

"O fecho de um domínio que é público, já de si, é um atentado contra a expressão seja legal ou ilegal. O que interessa é que as pessoas podem e devem exprimir-se na Internet", refere o jovem de 23 anos.

Apesar das tentativas que têm sido feitas para silenciar o WikiLeaks, Rui Cruz não teme represálias, apesar de garantir que o seu site vai ser uma cópia exactamente igual à do original.

"Por tudo o mundo existem pessoas, tal como eu, o primeiro a alojar o Wikileaks no meu domínio .pt. Fi-lo porque acredito na força da expressão na Internet. Fi-lo porque acho que a Internet é livre. Fi-lo porque sou convicto do que me rodeia e acredito que a Wikileaks é uma fonte que deve ser preservada livre a todo o custo, pelo bem do jornalismo, da liberdade de imprensa, e dos new media", refere Rui Cruz na homepage do seu site.

Ao mesmo tempo que Rui Cruz anunciava o "alojamento" dos conteúdos do WikiLeaks no seu site, no Reino Unido, Julian Assange, o fundador e "cara" do serviço, entregava-se à Scotland Yard, no seguimento de um mandado europeu. O responsável é acusado de violação e agressão sexual num caso e de agressão sexual e coerção noutro, de acordo com a polícia sueca.

Assange encontrava-se em local desconhecido no Reino Unido desde que o Wikileaks começou a divulgar centenas de telegramas diplomáticos dos Estados Unidos na semana passada.

O fundador do Wikileaks já havia afirmado recentemente a sua vontade de se entregar hoje à Scotland Yard.

Jennifer Robinson, advogada de Julian Assange, disse hoje que o fundador do WikiLeaks irá lutar contra a sua extradição para a Suécia, por temer ser enviado para os EUA.