Ao longo dos últimos meses, o TikTok tem estado debaixo de fogo. Depois de ser banido dos dispositivos dos funcionários do governo federal nos Estados Unidos, uma medida semelhante chega à Europa, com a Comissão Europeia a proibir a popular aplicação nos equipamentos dos seus funcionários.
Em comunicado, o Bruxelas explica que o seu Conselho de Administração Institucional decidiu suspender o uso do TikTok nos equipamentos corporativos e pessoais que façam parte do serviço de dispositivos móveis da Comissão Europeia.
“Esta medida tem como objetivo proteger a Comissão Europeia de ciberameaças e de ações que possam ser exploradas para ciberataques contra o ambiente corporativo da Comissão”, realça, acrescentando que os desenvolvimentos a nível de segurança noutras redes sociais serão permanentemente revistos.
“A Comissão compromete-se a assegurar que os seus funcionários estão devidamente protegidos contra ciberameaças e incidentes. É, por este motivo, nosso dever responder o mais cedo possível a potenciais ciberalertas”, indica o executivo comunitário.
Como avança o website EURACTIV, que teve acesso ao email enviado aos funcionários da Comissão Europeia, a aplicação deve ser removida dos equipamentos assim que possível, ou, o mais tardar, até ao dia 15 de março. Os funcionários que não cumprirem a medida atempadamente perderão o acesso às aplicações corporativas, incluindo ao serviço de email da Comissão Europeia.
Em declarações ao portal, um porta-voz do TikTok afirma que a empresa está “desapontada” com a decisão tomada por Bruxelas, descrevendo-a como “insensata” e baseada em “equívocos”. Segundo o porta-voz, a empresa já contactou a Comissão Europeia para esclarecer o assunto e para explicar como protege os dados dos utilizadores.
Recorde-se que a Comissão Europeia já estava atenta à forma como a rede social protege a privacidade dos utilizadores, assim como os utilizadores mais novos, ameaçando proibir a app caso não sejam tomadas medidas de proteção para jovens.
A decisão da Comissão surge depois do TikTok ter dado a conhecer que estava a expandir a capacidade de armazenamento de dados europeus, afirmando que reconhece a importância de continuar a investir na Europa para apoiar a sua comunidade de mais de 150 milhões de utilizadores.
Nos Estados Unidos, onde a app já esteve em risco de ser banida durante a presidência de Donald Trump, as mais recentes preocupações com o TikTok surgem depois de ter sido revelado que os dados dos utilizadores nos do país estavam a ser acedidos por funcionários da empresa na China.
Inicialmente, o TikTok veio a público para desmentir o uso de dados para monitorizar jornalistas, políticos ou ativistas americanos. No entanto, mais tarde, a Byte Dance, dona da app, despediu quatro funcionários, dois nos Estados Unidos e dois na China, que acederam aos dados de vários utilizadores norte-americanos do TikTok, incluindo jornalistas.
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