Twitter pode obrigar utilizadores a aceitarem anúncios personalizados para poderem aceder à rede social

Ao que tudo indica, o plano, que vai contra várias leis relacionadas com a privacidade de dados, ainda não está finalizado e precisa de “luz verde” por parte de Elon Musk para avançar.

O Twitter, aos comandos de Elon Musk deste outubro, está à procura de formas de tornar a plataforma rentável e evitar um cenário de bancarrota. Esta semana, a empresa voltou a ativar o serviço de subscrição pago Twitter Blue, mas poderá ter outros planos mais controversos em mente para aumentar as receitas.  

De acordo com informação avançada pelo website Platformer, a tecnológica estará a trabalhar num novo plano para obrigar os internautas a permitirem anúncios direcionados de modo a poderem utilizar a rede social.

A empresa poderá também forçá-los a partilharem dados de localização, assim como a sua lista de contactos e número de telefone utilizado para fins de autenticação de dois fatores, de modo a serem apresentados anúncios mais personalizados. Caso não aceitem as condições, os utilizadores serão impedidos de aceder à rede social.

Fontes a que o website teve acesso indicam que, caso um utilizador aceite as condições, o mesmo não poderá reverter a decisão. Para já, o plano ainda não está finalizado e precisa de “luz verde” por parte de Elon Musk para avançar. Ao concretizar-se, a empresa planeia implementá-lo, numa primeira fase, junto de um número limitado de utilizadores nos Estados Unidos para perceber que feedback receberá.

No entanto, o plano do Twitter vai contra várias leis relacionadas com a privacidade de dados, incluindo o RGPD na Europa, assim como o California Consumer Privacy Act (CCPA) e o California Privacy Rights Act (CPRA), nos Estados Unidos.

O Twitter poderá também ser visado nos Estados Unidos pela Federal Trade Commission (FTC). Recorde-se que, ainda em maio, a entidade reguladora passou uma multa de 150 milhões de dólares à plataforma por ter utilizado usado dados pessoais dos utilizadores, incluindo números de telefone e emails, para fins de publicidade.

Além disso, ao implementar o plano, a empresa poderá entrar em conflito com a Apple, cuja loja digital impede que os developers obriguem os utilizadores a ativarem anúncios personalizados para poderem usar as aplicações.