A Comissão Europeia adoptou ontem, quinta-feira, uma comunicação em que salienta a necessidade dos Estados-membros da União Europeia se esforçarem mais na inovação do tecido empresarial e sugere que as políticas nacionais para o sector da inovação em geral seja integrada nas estratégias planeadas para outras áreas.

Para Bruxelas, a inovação desempenha um papel crucial na melhoria da
competitividade e para além disso é um dos assuntos que faz parte da agenda dos temas a ser debatidos como parte da estratégia de Lisboa no Conselho Europeu da Primavera, que decorrerá no próximo dia 21.

"Embora a investigação seja importante enquanto fonte da invenção, a inovação abrange mais do que a aplicação bem sucedida de resultados da pesquisa. A evolução do conceito de inovação (...) demonstra que as politicas de inovação devem alargar o seu foco para além da ligação com a investigação", refere a comunicação.

O documento aborda três áreas de actuação das políticas nacionais: a criação de mecanismos de coordenação, o estabelecimento de um foco centrado num sector e a interacção com outras políticas. De acordo com Bruxelas, "a coerência e complementaridade entre as políticas de nível local, regional, nacional, comunitário ou global é claramente essencial". São ainda consideradas necessárias políticas específicas ao sector em causa em áreas como as tecnologias de informação e comunicação e a biotecnologia.

A Comissão adverte ainda que os países candidatos à adesão também devem
efectuar alterações. Apesar de determinados obstáculos, como um elevado grau de aversão ao risco e o sub-investimento em Investigação e Desenvolvimento (I&D), serem comuns aos Estados-Membros, alguns referem-se apenas à Europa Central e do Leste. "Os legados de economias planificadas centralmente deixaram a sua marca, não apenas na infra-estrutura económica, mas também institucional, educacional e social desses países", comenta o documento.

Em resposta a estes desafios específicos, a Comissão propõe a criação de uma plataforma nesses países para a partilha de informação e experiências e de forma a alargar o índice Scoreboard de inovação europeia aos países candidatos. Aquele órgão sugere ainda que os Estados-Membros apresentem programas nacionais de inovação de modo voluntário, para avaliação no âmbito de uma nova iniciativa piloto, no sentido de identificar as metodologias mais efectivas para a promoção da inovação empregues no seio da União Europeia.

Com vista a que a promoção desta área não seja descurada no sector público, a Comissão pretende ainda organizar plataformas para a troca de experiências relacionadas com a distribuição de informação sobre inovação no seio dos governos e da administração pública. Bruxelas irá também impulsionar actividades de formação e consciencialização sobre políticas e factores que influenciem o desempenho das empresas em termos de inovação e criar um
serviço baseado na Web para disponibilizar tutoriais, disseminar iniciativas e encorajar a adopção de boas práticas.

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