
O relatório da empresa de origem escandinava mostra um cenário misto em Portugal, marcado por avanços na digitalização e na experiência omnicanal, mas também vários desafios. José Balça, Partner & Managing Director da IMPACT Commerce em Portugal, realça que “o mercado português está numa fase de transformação”, com empresas a investirem muito no omnicanal.
Embora as líderes portuguesas estejam quase ao mesmo nível das líderes nórdicas, um mercado que tem uma maturidade digital muito mais forte, outras empresas nacionais “ainda têm um longo caminho a percorrer”.
Como detalhado pelo responsável num encontro com jornalistas em Lisboa, em que o SAPO TEK participou, as empresas que não conseguirem aproveitar as novas oportunidades trazidas pela tecnologia, arriscam-se a ficar para trás num panorama que é cada vez mais digital.
Outro grande desafio que as empresas enfrentam em Portugal é a dificuldade em encontrarem a abordagem certa no uso da tecnologia, ou seja, em terem estratégias que consigam, de facto, trazer mais valor, não só para a organização, mas também para os consumidores.
Segundo José Balça, apesar de as empresas terem uma grande capacidade de recolha de dados, poucas sabem usá-los de uma maneira que as ajude a ganhar insights de negócio com vista ao crescimento, mas também a personalizar as experiências com os consumidores.
A personalização é outra das áreas em que as empresas precisam de apostar mais, defende o Partner & Managing Director da IMPACT Commerce em Portugal. Neste campo, as ferramentas com Inteligência Artificial trazem novas promessas de dinamização, com vista à hiperpersonalização.
Para lá da personalização, a IA também pode ser usada em casos de enriquecimento de dados, explica José Balça. A IMPACT Commerce já tem alguns pilotos nesta área em países nórdicos. Como indica o responsável, os primeiros resultados são positivos, com a empresa em conversas com clientes em Portugal para avançar com projetos semelhantes no país.
Desafios no digital, personalização e sustentabilidade
De acordo com os dados do relatório, Portugal está numa boa posição face aos restantes países analisados (Bélgica, Dinamarca, Suécia, Noruega, Países Baixos e Finlândia), com as marcas a investirem na digitalização e na publicidade online.
As empresas portuguesas estão à frente das estrangeiras em áreas como entregas no próprio dia nas principais cidades, assim como na privacidade dos dados e no “engagement” com os consumidores. Portugal também se destaca nos pagamentos, com foco nas soluções de pagamento móvel fluidas.
Por outro lado, existem desafios em áreas-chave, como no digital. Os dados mostram que apenas 16% das empresas registaram um crescimento nas pesquisas da sua marca superior a 10% nos últimos 12 meses. Além disso, só 61% das empresas aumentaram o tráfego orgânico em pelo menos 10% no último ano.
Embora as empresas portuguesas apostem em grande nas redes sociais, com 90% a publicarem regularmente, 57% estão ativas em plataformas emergentes, como o TikTok.
Olhando para a integração nas lojas físicas versus lojas online, 24% das marcas permitem visualizar stock em loja no site e 14% dispõem de filtros para mostrar apenas produtos disponíveis localmente.
O relatório também aponta falhas na velocidade na experiência mobile, assim como na acessibilidade das plataformas online. Por um lado, a versão mobile dos sites de 61% das empresas analisadas carregam em menos de 2,5 segundos. Por outro, apenas 8% das plataformas têm uma pontuação de acessibilidade de 90/100.
A sustentabilidade é também uma das áreas em que há desafios. Apenas 6% das marcas vendem produtos recondicionados ou reparados, aponta o relatório. De modo semelhante, 6% das empresas mostram a pegada ambiental dos produtos.
IMPACT Commerce quer investir 10 milhões em Portugal
Além de apresentar o seu primeiro relatório com foco no mercado português, a IMPACT Commerce anuncia também que planeia investir mais 10 milhões de euros nos próximos três anos para expandir a sua presença em Portugal.
De acordo com José Balça, o objetivo passa por apostar na contratação de novos talentos, com foco em particular na área das tecnologias.
A empresa, que está presente no país desde 2017, indica que, ao longo dos últimos cinco anos, já faturou mais de 10 milhões de euros em Portugal, tendo investido mais de 7 milhões nos últimos três.
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