Portugal reforçou a 25ª posição no Ranking Mundial de Talento do IMD World Competitiveness Center 2024 (IMD World Talent Ranking), tal como no ano passado. O resultado traduz uma melhoria significativa no fator “Preparação”, mas este ano o país registou um decréscimo nos índices de “Investimento & Desenvolvimento” e “Atratividade”.
Em específico, Portugal manteve a sua posição competitiva em grande parte devido à subida de seis lugares na categoria “Preparação”, alcançando agora o 21º lugar a nível global. Destaque-se a melhoria da “educação na área de gestão”, que subiu nove posições (11º lugar em 2024, versus 20º em 2023), e nas “competências linguísticas”, que continuam a responder às necessidades empresariais, ocupando mesmo o nono lugar global. Paralelamente, o ranking aponta novamente como margem de melhoria a “experiência internacional” e a “competência dos gestores seniores disponíveis”.
Por outro lado, o fator “I&D” voltou a registar um decréscimo. Depois de ocupar a 22ª posição em 2022, Portugal caiu para o 27º lugar em 2023 e para o 29º em 2024, devido a ligeiras reduções no “rácio alunos/professor na educação primária e secundária”, apesar do bom desempenho relatado particularmente no ensino secundário.
A “participação feminina na força de trabalho” continua a ser um ponto forte nacional, mantendo o quinto lugar global. No entanto, a “formação dos colaboradores” permanece como principal fraqueza, ocupando o 61º lugar, sendo considerada uma prioridade para as empresas.
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Por fim, a “atratividade” tem vindo a registar a maior queda, com Portugal a ocupar agora a 45ª posição, depois de ter sido 37º em 2023, 40º em 2022 e 30º em 2021. Esta tendência deve-se à crescente “fuga de talentos”, que afeta a competitividade da economia (54º lugar em 2023 versus 64º em 2024), e à “administração da Justiça”, que caiu de 57º para 62º.
Já a “motivação laboral” registou uma evolução amplamente positiva, subindo 16 posições, de 57º para 41º. De resto, a “menor exposição à poluição” continua a ser o ponto mais forte da atratividade do país, ocupando a 12ª posição mundial.
Suíça, Singapura e Luxemburgo foram determinados como os países mais competitivos em termos de talento. Adicionalmente, o relatório que acompanha o ranking de 2024 - “As implicações socioeconómicas da IA no local de trabalho” - expôs também um aumento da desigualdade nas economias de rendimento mais elevado, à medida que a adoção precoce da Inteligência Artificial (IA) começa a substituir a força de trabalho.
Nesta 11.ª edição, o ranking avaliou 67 países e combinou dados da pesquisa do IMD World Competitiveness Center com fontes externas, situando ambos no contexto dos resultados da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Os resultados contam com a Porto Business School como parceira exclusiva na elaboração do ranking para Portugal pelo nono ano consecutivo
O documento conclui que as economias em que os executivos seniores consideram que a IA é mais visível no local de trabalho, à medida que substitui pessoas, são também aquelas onde a discriminação está a aumentar. Estas economias foram identificadas como sendo de maior rendimento (Japão, Tailândia, Singapura, Reino Unido e Canadá) e, portanto, mais suscetíveis a viver alterações significativas nas fases iniciais, ou seja, durante a adoção da IA; e a colher os benefícios da IA a longo prazo.
Segundo o mesmo relatório, o aumento dos níveis de discriminação pode denegrir a atratividade destas economias para profissionais altamente qualificados estrangeiros, mesmo que outros fatores sejam favoráveis.
O documento também aborda até que ponto a IA é vista como uma melhoria nas tarefas ou como um incentivo ao “quiet quitting” em diferentes economias; a probabilidade de o emprego de homens versus mulheres ser afetado pela automação; e como a competitividade de talento na era da IA requer uma reavaliação rápida dos sistemas educacionais e dos programas de formação corporativa para garantir que os trabalhadores possuem as competências necessárias.
O Ranking Mundial de Talento do IMD combina 31 peças de dados estatísticos e respostas de inquéritos ("critérios") que abrangem o desenvolvimento, retenção e atração de uma força laboral altamente qualificada, tanto a nível doméstico como internacional. Cada um está agrupado numa de três áreas – “Investimento e Desenvolvimento”, “Atratividade” ou “Preparação” ("fatores").
A Suíça consegue manter-se no topo ao dominar os fatores de “Investimento e Desenvolvimento” e “Atratividade”. A ascensão constante de Singapura é impulsionada pelo seu robusto desempenho na “Preparação”. Já o Luxemburgo depende de uma forte abordagem de “Investimento e Desenvolvimento” para a competitividade de talento.
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