"A Ericsson vai pagar uma multa de 206,7 milhões de dólares", anunciou o grupo empresarial sueco num comunicado divulgado durante a última madrugada. O comunicado explica que a decisão (judicial) encerra o acordo (Deferred Prosecution Agreement) que foi inicialmente alcançado em dezembro de 2019 com o sistema judicial norte-americano.
Anteriormente, o grupo já tinha pago um milhão de dólares de multa nos Estados Unidos para encerrar processos nos tribunais norte-americanos respeitantes a casos de corrupção em cinco países: Djibuti, República Popular da China, Vietname, Indonésia e Kuwait. As práticas ilícitas nestes cinco países tinham como finalidade consolidar negócios e ocorreram entre 2010 e 2016.
Na prática, a multa de 206 milhões de dólares (195 milhões de euros) aos Estados Unidos aplicada à Ericsson foi por romper o acordo de transparência firmado em 2019 com as autoridades norte-americanas após acusações de subornos em vários países.
Como parte da resolução, a empresa sueca comprometeu-se em 2019 a aplicar uma série de mecanismos de controlo mas não o fez de forma correta já que não entregou "todos os dados e provas" relacionados com esquemas de subornos sobretudo no Djibuti e na República Popular da China, disse o Departamento de Justiça norte-americano em comunicado.
A Ericsson não divulgou provas e informações sobre as atividades no Iraque que podiam estar a infringir a lei anti subornos, impedindo que os Estados Unidos pudessem investigar de forma adequada e dificultando o processo de acusação, refere a mesma nota.
O procurador norte-americano, Damian William disse que a empresa sueca "não aprendeu a lição" enfrentando "um preço elevado pelos erros praticados de forma continuada".
Em 2022, o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação publicava notícias indicando que, alegadamente, a Ericsson pediu autorização ao grupo terrorista Estado Islâmico para continuar a operar em Mossul, no sul do Iraque, controlado pelos extremistas islâmicos.
No entanto, estas alegações não são mencionadas diretamente no processo judicial norte-americano.
Na quinta-feira, Borje Ekholme, dirigente máximo do grupo sueco, afirmou que a empresa "é muito diferente" daquela que foi acusada de subornos tendo levado a cabo muitas mudanças desde 2017".
Ekholme acrescentou que, segundo uma investigação interna concluiu que a Ericsson não foi responsável por pagamentos a organizações terroristas no Iraque.
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