O ataque que a Rússia lançou esta madrugada sobre a Ucrânia é já considerado a maior ameaça à paz na Europa desde a segunda guerra mundial, e concretiza os piores receios depois da agudização da situação nas últimas semanas, onde também os ataques informáticos fizeram parte da movimentação estratégica para paralisar o país. Os especialistas já avisaram que estes ataques podem ter impacto global.

A reação da União Europeia e da NATO não se fez esperar e hoje a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, concretiza as sanções prometidas, onde cabem um bloqueio económico aos sectores estratégicos para a Rússia, incluindo o acesso a tecnologias e mercados que são fundamentais para o país de Putin. O pacote de medidas foi concertado com os parceiros da UE, como os Estados Unidos, Reino Unido e Canadá e pretendem também ter impacto na capacidade do Kremlin de financiar a guerra.

Do lado da Ucrânia chegam notícias de um país paralisado pelo medo, com ataques aéreos e terrestres em várias zonas, que chegam também à capital, Kiev, onde os habitantes tentam aceder a mantimentos e dinheiro, enfrentando longas filas, que também se multiplicam na tentativa de abandonar a cidade.

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O sector de tecnologia do país está a ser também afetado, entre as empresas tecnológicas, startups e centros de desenvolvimento localizados no país, mantidos por várias grande tecnológicas.

O Techcrunch dá conta de testemunhos de vários profissionais e empresas na Ucrânia,  preocupados com a segurança dos colaboradores e das suas famílias. Alguns estão a tentar evacuar o máximo de pessoas do país, mas o bloqueio do espaço aéreo e os conselhos para que as pessoas não viagem durante a noite estão a complicar o cenário, até porque muitos dos transportes públicos estarão parados.

Tudo indica que muitos dos serviços disponibilizados por estas empresas não tiveram qualquer falha, pelo menos até agora. A MacPaw garante que continua a trabalhar porque tem a infraestrutura alojada na Amazon Web Services, fora da Ucrânia, apesar de ter a sua sede em Kiev. Também a Readdle, que produz ferramentas de PDF e email e é uma das startups mais conhecidas, situada em Odessa, já colocou em marcha um processo de continuidade de negócio, e não tem nenhum plano de evacuação em curso.

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Entre as empresas localizadas na Ucrânia que têm crescido nos últimos anos estão a Ajax, focada na segurança de redes domésticas, a Grammarly, uma ferramenta de correção automática de textos, a aplicação Reface, ou o sistema de câmaras para animais domésticos Petcube; assim como a startup de marketing People AI, e o marketplace Preply. São startups que têm recebido financiamento de alguns dos maiores Venture Capitals e não se sabe até que ponto poderão ser afetadas pela situação.

Há ainda várias empresas e gaming, como a 4A Games, que tem um estúdio de desenvolvimento em Kiev, mudou a sede para Malta em 2014 antes da anexação da Crimeia. A Ubisoft também tem um dos seus maiores departamentos na capital da Ucrânia e está a monitorizar a situação, segundo escreve a FastCompany.

Alguns serviços estão a alertar os utilizadores para a protegerem as suas contas, o que acontece com o Twitter, que também já repôs acesso a algumas contas que tinha bloqueado e que estão a transmitir imagens dos ataques à Ucrânia.

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