Um novo inquérito Eurobarómetro divulgado pela Comissão Europeia revela que os cidadãos têm uma visão amplamente positiva da ciência e da tecnologia, mas também levantam questões importantes sobre equidade, confiança e acessibilidade. Os dados refletem tendências semelhantes em Portugal, mas com algumas particularidades.

De acordo com o inquérito, 83% dos europeus consideram que a ciência e a tecnologia têm uma influência global positiva. Este índice é ligeiramente inferior em Portugal, situando-se nos 81%. Apesar disso, a maioria dos portugueses (68%) acredita que a ciência e a tecnologia tornam a vida mais fácil, saudável e confortável, em linha com a média europeia de 67%.

As áreas mais valorizadas pelos europeus incluem as energias renováveis (87%), as tecnologias da informação e comunicação (79%) e as vacinas (77%). Em Portugal, as energias renováveis também lideram como o sector mais promissor, com 84% dos inquiridos a acreditarem no seu impacto positivo.

A equidade e a responsabilidade social emergem como temas cruciais. No total, 77% dos europeus defendem que a ciência deve atender às necessidades de todos os grupos sociais, enquanto 72% acreditam que os governos têm um papel crucial em garantir que as inovações beneficiem a sociedade.

Em Portugal, as preocupações éticas também estão em evidência. Cerca de 60% dos portugueses consideram que a ciência e a tecnologia podem ameaçar os direitos humanos, um pouco acima da média europeia (58%). Por outro lado, 66% dos portugueses concordam que estas áreas podem ser ferramentas eficazes para combater as alterações climáticas, em linha com os valores da UE.

No campo da inteligência artificial (IA), os portugueses partilham a ambivalência europeia. Apenas 37% dizem confiar na IA usada em investigação científica, enquanto 27% manifestam desconfiança. Apesar disso, metade dos inquiridos (50%) acredita no potencial da IA para enfrentar desafios globais.

Veja na galeria dados do inquérito

A ciência aberta é amplamente apoiada. Em Portugal, 82% dos inquiridos concordam que os resultados de investigação financiada publicamente devem estar disponíveis online, alinhando-se com a média europeia de 80%.