Richard Jacobs, ex-analista de segurança da Uber até abril deste ano, escreveu a denúncia numa carta de 37 páginas, a cinco de maio, e cujo teor foi tornado público na passada sexta-feira, num tribunal dos EUA.
Enviada inicialmente à Uber pelo seu advogado, a missiva foi considerada relevante pelo juíz no caso em que a Alphabet, empresa-mãe da Google e proprietária da Waymo, acusa a Uber do roubo de segredos comerciais por parte de Anthony Levandowski, que deixou a Google para lançar a Otto, comprada pela plataforma online de marcação de serviços de transporte.
Jacobs relata as ações que a Uber terá levado a cabo para ter acesso a segredos concorrenciais e as quais incluem, por exemplo, o “envio de uma equipa de vigilância para gravar conversas entre executivos”.
O ex-funcionário terá chegado a um acordo com a empresa para, por 4,5 milhões de dólares, não revelar as suas acusações, tendo chegado a afirmar que algumas delas não eram, afinal, verdadeiras.
Mas, vários outros detalhes na carta já foram confirmados, incluindo um incidente no qual a Uber terá tido acesso aos registos médicos de uma mulher que acusou um motorista da plataforma de violação, pelo que o juiz responsável pelo caso remarcou o julgamento do processo, que devia ter começado a 29 de novembro, para 31 de janeiro de 2018.
A Uber afirma que “não foram confirmadas todas as acusações presentes nesta carta e, muito importante, nenhuma relacionada com a Waymo”, mas segundo a Reuters, este episódio é mais uma derrota para a empresa fundada por Travis Kalanick no âmbito dessa ação, uma vez que essa carta seria de conhecimento de executivos e membros do conselho.
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