A HP pretende despedir entre 4 e 6 mil colaboradores até final do ano fiscal de 2025, um número que representa 12% da força de trabalho da empresa a nível global, e que vem juntar a fabricante a um leque já alargado de empresas de tecnologia que também estão a reduzir o número de colaboradores e a preparar um 2023 que se espera difícil para o sector. Contactada pelo SAPO TeK, a direção da empresa em Portugal não comenta o anúncio e remete para a informação oficial disponibilizada pela casa-mãe.

O plano de reestruturação foi anunciado na sequência da apresentação de resultados da empresa, com Mary Myers, CFO da companhia, a admitir que “muitos dos desafios que enfrentámos no ano fiscal de 2022 vão permanecer no ano fiscal de 2023”.

A HP reportou, para o seu último trimestre do ano fiscal de 2022, uma queda de 11% nas receitas, para 14,8 mil milhões de dólares. Para o ano completo, as receitas da empresa fixaram-se nos 63 mil milhões de dólares, caindo menos de 1%.

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A empresa estima custos de mil milhões de dólares com a reestruturação, dos quais 600 milhões de dólares serão gastos já este ano. O restante nos dois anos seguintes. O novo plano de reestruturação, a que a empresa chamou “Future Ready Transformation Plan”, deve também permitir alcançar poupanças brutas, nos próximos três anos, na ordem de 1,4 mil milhões de dólares.

Recorde-se que em 2019 a HP também pôs em marcha um plano de reestruturação que se previa pudesse levar à saída de 7 a 9 mil colaboradores. Em 2016 também já tinha sido apontado à empresa um plano de reestruturação com milhares de despedimentos e no ano seguinte surgiram notícias no mesmo sentido. Enquanto as informações de 2016 e 2017 foram avançadas por fontes não oficiais, o plano de reestruturação de 2019 teve anúncio oficial da empresa.

Os despedimentos anunciados agora pela empresa seguem-se aos de outros gigantes da tecnologia como a Meta, dona do Facebook, a Amazon, ou a Cisco, entre várias outras. Muitas empresas colocaram também um travão a fundo nas novas contratações.

A HP é particularmente afetada pelo mercado de PCs, que esta ano está em queda e no próximo deve continuar, como frisou a IDC em setembro, quando reviu em baixa as previsões de vendas para este ano. A justificar a segunda revisão em baixa da consultora para o mesmo ano, estiveram  a inflação, o abrandamento da economia a nível global e o abrandamento do consumo face aos anos da pandemia, fatores que devem também influenciar o mercado em 2023.

Como explicava a IDC na altura, no próximo ano o mercado de consumo continuará morno na procura e mercados que nos últimos anos dinamizaram em muito a procura de equipamentos, como a educação, têm a maior parte das necessidades já satisfeitas. Nas empresas, o clima de incerteza económica está igualmente a retrair a procura, o que também continuará a influenciar o volume de expedições de equipamentos para as lojas.

Em 2022, as vendas de PCs devem cair 12,8%, para 305,3 milhões de unidades, e as vendas de tablets vão recuar 6,8% para 156,8 milhões.

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