Depois de uma corrida às contratações para fazer face à pandemia de COVID-19, que obrigou à aceleração digital e a dar resposta às mudanças de paradigma do trabalho, que passou a ser híbrido e o remoto ganhou força; as grandes empresas tecnológicas não estão a conseguir manter a mesma dinâmica e o excesso de colaboradores está a causar despedimentos em massa. E se ter um emprego em empresas como o Meta, Amazon ou Microsoft seriam uma garantia de segurança, o medo instala-se agora entre aqueles que ainda trabalham nas grandes tecnológicas.
Muitas empresas começaram por colocar em pausa a contratação de novos talentos, mas os despedimentos chegam agora às dezenas de milhar. O website Layoffs.fyi, que faz um rastreio dos despedimentos das grandes empresas, salienta que durante 2022 834 tecnológicas despediram mais de 134 mil trabalhadores. E novembro foi um autêntico pesadelo, registando-se à data mais de 42.350 de 122 empresas.
A Amazon foi a mais recente a anunciar despedimentos, tendo dispensado esta semana 10 mil colaboradores, mas já avisou que mais cortes estão previstos para o início de 2023. “Estamos no meio do nosso planeamento anual, onde olhamos para cada negócio e tomamos decisões sobre o que acreditamos que deve mudar”, escreve o CEO da empresa, Andy Jassy no blog da empresa. As equipas estão a analisar os seus níveis de mão-de-obra e os respetivos investimentos a serem feitos, destacando que a prioridade é perceber o que é melhor para os clientes e para a saúde a longo termo do seu negócio.
A Amazon eliminou esta semana funcionários das divisões de equipamentos e livros, assim como uma redução voluntária da área PXT (Pessoas, Experiência e Tecnologia). E Andy Jassy diz que a restruturação da gigante de retalho vai estender-se para o próximo ano, com ajustes a serem feitos nas equipas no início de 2023. A Amazon promete comunicar internamente com as pessoas afetadas, antes de tornar a decisão pública.
A juntar aos 10 mil funcionários da Amazon, a Meta de Mark Zuckerberg mantém o infeliz recorde do ano, ao ter dispensado 11 mil trabalhadores, representando 13% da sua mão-de-obra, no dia 9 de novembro. O líder da empresa explicou que a pandemia de COVID-19 levou a um aumento significativo do comércio eletrónico e "um enorme crescimento das receitas", que não tem sido sustentado atualmente. Entre as causas estão a recessão macroeconómica, o aumento da concorrência e a perda de anunciantes, fazendo com que as receitas fossem muito abaixo do esperado.
Numa semana negra para o sector tecnológico, a Cisco despediu 4.100 funcionários esta quarta-feira, representando cerca de 5% da sua mão-de-obra, como parte do seu plano de restruturação, como foi reportado pela imprensa de Silicon Valley.
O Twitter continua a ser a empresa tecnológica mais polémica da atualidade, desde que Elon Musk tomou posse da direção. Uma das primeiras medidas de restruturação foi o despedimento de funcionários, que segundo a estatística 3.700 funcionários, representando 50% do total de mão-de-obra. E mais tarde acabou por chamar de volta alguns deles, quando se concluiu que eram necessários ao funcionamento da plataforma. Elon Musk fez um ultimato aos seus funcionários, pedindo-lhes para se tornarem “hardcore”, num compromisso total ou abandonarem a empresa. As reações já se fizeram sentir e atualmente a redução de pessoal deverá estar nos 75%, colocando em causa a continuidade da rede social.
Anteriormente, Elon Musk já tinha decido fazer cortes na Tesla, tendo planos para despedir 10% dos seus funcionários, embora voltasse atrás na sua decisão. Também a Microsoft não evitou despedimentos, ainda que em número menor. Em outubro foram dispensados 1.000 colaboradores, de diferentes departamentos da companhia, em diferentes regiões, incluindo nas áreas relacionadas com a consola Xbox, com o browser Edge e com o Windows.
Apesar das justificações nos despedimentos, é a publicidade online a principal fonte de rendimento de muitas empresas tecnológicas. E não se trata apenas do contexto atual económico, as medidas contra práticas predatórias e intrusivas nos anúncios têm sortido efeito. A Apple, por exemplo, modificou a forma como o registo da atividade online das pessoas é feita, tornando-se difícil para as empresas reunirem esses dados para vender aos anunciantes.
O último trimestre não foi brilhante para a maioria das tecnológicas, assustando os investidores, o que levou ao trambolhão na bolsa de valores. Ficou demonstrado que a subida das taxas e a situação económica mundial afetou o sector tecnológico. Apesar da Apple não ter registado cortes de pessoal, pelo menos para já, o seu líder Tim Cook disse que as contratações teriam de ser feitas de forma deliberada.
E quem não está a despedir, pelo menos está a conter contratações, como é o caso de empresas como a Snap, NVidia e Uber. A Uber é, aliás, a empresa que mais despediu devido à pandemia, uma vez que o sector dos transportes foi muito afetado pelo isolamento. A Booking.com também despediu 4.375 funcionários em 2020, igualmente afetada pela pandemia.
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