As vendas globais de relógios inteligentes no segundo trimestre de 2023 cresceram 11%, depois das quedas nos dois trimestre anteriores. A dinâmica deste mercado na Índia foi o que mais influenciou esta inversão de tendência, com os envios de smartwatches pelas marcas para as lojas a crescerem 70% no país, entre abril e junho.
Os dados apurados pela Counterpoint Research mostram que, com este crescimento, a Índia passou a representar 34% das vendas mundiais de relógios inteligentes no trimestre, 12% mais que em igual período do ano passado. A esmagadora maioria dos produtos que chegaram às lojas (88%) estão numa gama de produtos com preços abaixo dos 50 dólares e são produzidos por empresas locais.
A Noise e a Fire-Boltt estiveram entre as grandes beneficiárias do crescimento do mercado de smartwatches na Índia, com as expedições para lojas a crescerem 86% e 70%, respetivamente. No caso da Noise que conseguiu escalar a sua quota de mercado global nos smartwatches para 10% no período, 98% das vendas referem-se a produtos com preços abaixo dos 50 dólares.
Entre fabricantes, o destaque do trimestre vai também para a Huawei, que às custas de novos produtos para o segmento conseguiu ir muito além do crescimento do mercado chinês, onde as vendas de smartwatches também cresceram face aos três meses anteriores, mas em menor proporção do que na Índia.
"A Huawei registou um crescimento impressionante no segundo trimestre de 2023, assegurando a segunda posição em termos de envios trimestrais pela primeira vez em dois anos”, sublinha Woojin Son”, analista da Counterpoint.
Durante o trimestre, a fabricante chinesa, que nos últimos anos reduziu significativamente vendas por causa das sanções impostas nos Estados Unidos, recolheu os louros do lançamento do seu Watch 4, na galeria abaixo, que contribuiu para o seu maior volume de encomendas trimestral no segmento desde 2020.
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A Huawei aumentou assim as vendas de smartwatches em 58% no segundo trimestre e conseguiu, graças a isso, uma quota de 39% no segmento na China. A nível global ascendeu à segunda posição do ranking global de marcas, com 10% das vendas.
A boa performance da Huawei sentiu-se também no segmento premium, com equipamentos acima dos 500 dólares. Na China, a marca conseguiu captar 52% deste segmento, onde praticamente não tinha presença há um ano.
Na China, e em termos globais, as vendas de smartwatches aumentaram 5% entre abril e junho. No segmento premium (mais de 500 dólares) o país foi responsável por 34% das vendas mundiais.
A Apple continua a ser a líder mundial em vendas de smartwatches, mas fechou o trimestre em contração e com as expedições para as lojas a caírem 10% para menos de 8 milhões de unidades, pela primeira vez em três anos. Esta redução afetou a quota de mercado da empresa, que passou de 27%, no segundo trimestre de 2022, para 22% entre abril e junho deste ano.
As vendas da Samsung também caíram, 19% a nível global. A marca conseguiu tirar partido da dinâmica de crescimento nos mercados indiano e chinês, mas isso não chegou para compensar o efeito de contração das encomendas em duas regiões de referência para o negócio da sul-coreana. Na América do Norte o trimestre trouxe uma queda nas vendas de smartwatches da marca das ordem dos 24% e na Europa o recuo foi de 13%.
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