A época natalícia e as respetivas campanhas de produtos podem começar um pouco mais cedo este ano, com um reforço no campo digital divido às mudanças de comportamento geradas pela pandemia de COVID-19, e das medidas cada vez mais apertadas no controlo desta segunda vaga. Ainda que o Governo não preveja, para já, um novo confinamento, a população já utiliza a internet para fazer compras e com o Natal a aproximar-se, as encomendas podem bater recordes históricos.
A Salesforce realizou um estudo em que prevê essa mudança nas prioridades dos consumidores, referindo que devido à pandemia, as vendas online durante a época natalícia crescerão 30% face ao mesmo período do ano passado. As encomendas online, com entregas em loja, deverão fazer disparar a faturação em 90%, quando comparado com o Natal de 2019.
No relatório “2020 Salesforce Holiday Insights and Predictions” divulgado, a especialista em Customer Relationship Management espera um crescimento sem precedentes nas vendas online, o que vai congestionar a capacidade logística de entrega este ano. Durante o confinamento obrigatório, no início da pandemia, muitos negócios já operaram a níveis de eficiência de uma Black Friday, mas a Salesforce prevê que se esta situação se estender durante vários dias no Natal, com a crescente adesão ao e-commerce, vão obter-se números históricos.
A nível global, o comércio online deverá crescer 30% durante a época natalícia, face aos 8% de 2019. As vendas online devem chegar aos 940 mil milhões de dólares. Esta corrida às compras online deverá acelerar o comércio digital em 18%, do total de vendas globais durante o Natal. Já o total de vendas de Natal deverá sofrer uma estagnação face aos valores de 2019, prevendo-se um valor de 5,1 biliões de dólares.
Segundo Rob Garf, VP para a área do retalho e consumido da Salesforce, “o comércio digital não irá compensar totalmente a paragem do comércio, mas será da maior importância para ajudar os lojistas a compensar as perdas nesta época de Natal”. Salientando ainda que os negócios que tiverem sucesso na época festiva irão esforçar-se para tornar as compras simples e seguras, incluindo um processo de encomenda digital mais conveniente, criativa e eficiente, assim como um melhor serviço de atendimento ao cliente.
A empresa prevê ainda três mudanças no que diz respeito ao impacto da pandemia no comércio online. Os lojistas ficam com o desafio de cumprirem os prazos de entrega e manterem a disponibilidade dos produtos, aspetos que os clientes mais têm em conta na sua experiência de compras online. Nesse sentido, o volume total de encomendas poderá exceder a capacidade logística das lojas, somando um atraso na entrega de até 700 milhões de compras durante o Natal. Entre 15 de novembro a 15 de janeiro, a Salesforce prevê um gasto de 40 mil milhões de dólares em taxas de envio.
A segunda mudança prevista é o período do começo de compras de Natal. Durante outubro realizou-se já o Amazon Prime day, e muitas pessoas querem garantir a chegada das suas compras mais cedo. Assim, prevê-se que haja um aumento de 28% na procura de produtos durante a Cyber Week em novembro, em cerca de 26 mil milhões de dólares em todo o mundo.
Por fim, a mudança de hábitos devido à COVID-19 vai ditar os produtos mais procurados durante o Natal. No ano passado, o calçado, vestuário, produtos de beleza e equipamentos eletrónicos foram os mais procurados. Em 2020, espera-se a eletrónica, beleza e gaming se destaquem, mas juntamente com as categorias decoração, equipamentos de fitness e brinquedos.
Para a realização do estudo, a Salesforce utilizou dados de atividade, disponíveis publicamente, de mais de mil milhões de consumidores em todo o mundo, de mais de 40 países.
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