Está “lançada” a CHRLY, apresentada como a primeira corporate startup da Fujitsu Portugal. Surge com a promessa de mudar as regras do jogo no recrutamento tech ao oferecer “uma abordagem diferente para os apaixonados por áreas tecnológicas e de negócio”.
CHRLY é o nome de uma pessoa, não especificando género. “Tem a vantagem de incluir recursos humanos (HR), o foco da empresa, uma abordagem humana e pessoal, onde o indivíduo é tido em conta - independentemente do género, origem ou idade”, contou Susana Soares, Managing Director, ao SAPO TEK. Além disso, detalha a mentalidade e atitude que a startup quer ver em si própria, no talento que contrata, nos clientes e ecossistema em geral com quem trabalha, acrescentou a responsável.
O nome CHRLY reflete: “Criatividade, desenho de soluções centradas no ser Humano, Rebeldia - a vontade de escrever um novo capítulo no atual contexto do talento tech-, Lifelong Learning e a missão de entregar Ynovação com propósito”
A missão da CHRLY passa por contratar talento tecnológico e ajudar a desenvolver as capacidades empreendedoras e de inovação desses recursos. O objetivo é apostar em diversas valências, para assegurar que os colaboradores são integrados nos desafios profissionais que mais se enquadram nas suas hard skills e soft skills.
Os contornos da criação da CHRLY começaram a desenhar-se com a identificação de um projeto inovador na Bélgica que ia ao encontro dos valores e metodologias que a Fujitsu considerava ser necessário integrar em Portugal ao nível dos quadros de tecnologias e da falta de mão de obra qualificada que o setor atravessa, explicou Susana Soares, em declarações ao SAPO TEK.
Citando vários os estudos recentes que comprovam a dificuldade no processo de recrutamento e gestão de talento tecnológico em todo o mundo, a managing director da CHRLY aponta a Portugal uma situação particularmente exigente, com a escassez de talento a atingir máximos históricos. “Calcula-se que atualmente mais de 80% dos empregadores portugueses têm dificuldade em encontrar os candidatos certos, um valor que posiciona Portugal como o segundo país do mundo onde os empregadores locais têm mais dificuldade na contratação, estando apenas abaixo de Taiwan”.
A responsável referiu ainda que cerca de 90% dos profissionais do setor das TItech trabalham atualmente em regime 100% remoto ou em regime de trabalho híbrido, um paradigma que já estava a mudar antes mesmo da pandemia mas que se intensificou – perto de 20% destes profissionais já trabalham remotamente para uma empresa localizada noutro país.
A CHRLY vem mudar as regras do jogo no recrutamento tech, porque o objetivo é que o talento tech seja integrado em missões tech, mas também responda a desafios de áreas de inovação ou negócio, que querem acelerar o seu contexto digital e aceder a este talento.
A intenção passa também por despertar as organizações para uma forma de colaboração mais aberta, permitindo-se trabalhar com entidades externas nos desafios, numa equação onde se consideram igualmente Academia e startups.
“Para o talento, interessa constituir comunidades tech de mentoria, starter kit para desenvolver competências de empreendedorismo e inovação e Career Design Coach, para os ajudar a definir a que projetos ou áreas querem chegar e como. Como dizemos, começamos a partir do perfil do candidato”
Susana Soares considera que a CHRLY diferencia-se pelo seu vasto conhecimento do recrutamento de tech talent, “uma vez que conhecemos profundamente o setor das TI (há 88 anos), as tecnologias e os especialistas”. O objetivo é “transformar o papel do talento tech, permitindo que estes recursos tenham um impacto maior nas organizações e atuem ativamente no campo da inovação”.
"O processo de aprendizagem não termina nas escolas, deve continuar nas organizações e a CHRLY vai trabalhar com comunidades tech para apoiar o talento e as empresas com soluções para os seus desafios"
A startup promete procurar pessoas de diferentes locais, origens e estilos de vida, ajudando a desenvolver as suas capacidades empreendedoras e mente criativa, para causar um maior impacto nas organizações e na sua vida.
Pretende oferecer um starter kit de tech talent - treino contínuo para identificar desafios de negócios relevantes e a possibilidade de colaborar para resolver missões CHRLY em conjunto, o acesso a Tech Communities e mentoring e, através do Career Design Coach, quer desenhar em conjunto o desenvolvimento dos colaboradores, identificando as oportunidades que podem acelerar a sua carreira nas tecnologias.
Ao nível das áreas específicas das TI, tem previsto apostar nas valências mais procuradas e com mais escassez de recursos no país, nomeadamente Cibersegurança, Multi Cloud, Process Automation e Data Analytics, entre outras.
Já definida está a meta de criar 100 novos postos de trabalho altamente qualificados nos próximos três anos, "servindo quer o mercado português, quer o mercado internacional, com impacto nas exportações de serviços tecnológicos".
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