PJ detém dois homens por burlas informáticas de mais de 10 milhões de euros

A Polícia Judiciária confirmou que fez duas detenções pela presumível prática dos crimes de burla qualificada, fraude fiscal, falsidade informática, acesso ilegítimo e branqueamento.

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As buscas e detenções foram realizadas através da Diretoria do Norte da Polícia Judiciária, na sequência de um inquérito titulado pelo DIAP Regional do Porto, e resultam "do desenvolvimento da investigação no decurso da qual já haviam sido realizadas duas operações policiais", pode ler-se no comunicado da Polícia Judiciária (PJ).

Foram identificados em Portugal movimentos financeiros superiores a 10 milhões de euros, que a PJ indica que estão enquadrados em "burlas informáticas perpetradas em diversos países europeus".

Segundo os dados, o esquema usado é conhecido como Business Email Compromise (BEC), através do qual são enviados emails, simulando como autores pessoas de confiança, que pedem o pagamento de faturas ou partilha de dados sensíveis de empresas, com o objetivo de extorquir dinheiro.

As diligências tinham o objetivo de  recolher e consolidar a prova "quanto à célula nacional a quem caberia criar o circuito financeiro capaz de proceder à posterior integração na economia real das vantagens dos crimes referidos", refere o comunicado.

As buscas tiveram lugar em Guimarães e Póvoa de Varzim, sendo detidos dois indivíduos do sexo masculino, de nacionalidade portuguesa, um deles empresário e outro sem ocupação profissional definida.

Foi apreendida documentação, material informático, cartões bancários e numerário. Os detidos vão ser presentes à competente autoridade judiciária no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, para primeiro interrogatório judicial de arguido detido e aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.

As burlas do tipo Business Email Compromise (BEC) são consideradas das mais gravosas em termos de danos que podem causar e de volume financeiro do roubo. Ao contrário dos ataques a utilizadores individuais, que normalmente envolve quantias financeiras mais reduzidas, nas empresas o roubo pode elevar-se a dezenas ou centenas de milhares de euros.

Dados da Microsoft revelam que os ataques a emails empresariais aumentaram 38% nos últimos quatro anos. Os investigadores realçam que os principais alvos dos ataques a emails empresariais são executivos, gestores financeiros e de recursos humanos.