A Polícia Judiciária, através da sua Diretoria do Norte, procedeu a uma operação policial para o cumprimento de oito mandados de detenção e de trinta e quatro buscas domiciliárias e não domiciliárias, pela presumível prática dos crimes de Burla Qualificada, Fraude Fiscal, Falsidade Informática, Acesso Ilegítimo e Branqueamento.

Os suspeitos pertencem a uma organização criminosa a operar no território nacional, sendo ainda alegadamente responsáveis "por um número ainda indeterminado de Burlas Informáticas perpetradas em diversos países europeus, utilizando o “modus operandi” conhecido como Business Email Compromise (BEC)", refere a PJ em comunicado.

É referido que em Portugal, esta organização criou um circuito financeiro para branqueamento dos capitais obtidos pelos crimes referidos. Ao todo, a PJ estima que tenham sido realizados movimentos financeiros superiores a 10 milhões de euros operados em território Nacional: concelhos do Porto, Ovar, Póvoa do Varzim, Vila Nova de Famalicão, Braga, Vila Nova de Gaia, Maia, Paredes, Gondomar, Azeitão, Seixal e Viana do Castelo.

A operação envolveu cerca de 76 inspetores da Polícia Judiciária, 10 especialistas de Polícia Científica e 2 seguranças da PJ. Durante a operação policial foi apreendida documentação com relevância como prova dos crimes, assim como material informático, cartões bancários e terminais de pagamentos automáticos (TPA). Ainda relacionado com o inquérito, a PJ já tinha apreendido cerca de 2 milhões de euros.

Em relação aos oito detidos, todos eles são de nacionalidade portuguesa, de sexo masculino, com idades compreendidas entre os 27 e os 50 anos. E com diferentes funções na organização criminosa. Os suspeitos vão ser presentes à autoridade judiciária no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, para um primeiro interrogatório e aplicação das medidas de coação aos mesmos.