O novo relatório da Counterpoint indica que o mercado de smartphone teve uma quebra acentuada em 2022 e que a distribuição global recuou 12% para 1,2 mil milhões de unidades, sendo considerada a maior quebra desde 2013. Esse registo teve consequências globais nas receitas e lucros operacionais do mercado que também recuaram, embora com menos gravidade do que a distribuição. A análise está em linha com o relatório publicado pela IDC no início de janeiro, considerando ainda que foi o pior Natal de sempre.
As receitas baixaram 9%, gerando 409 mil milhões de dólares, um valor considerado o mais baixo desde 2017. E as quedas só não foram piores devido ao crescimento de 1% da Apple, a única das cinco principais fabricantes a conseguir manter-se à tona da água. A especialista destaca ainda que as ofertas de smartphones premium, da maioria das fabricantes, conduziu a uma subida geral dos preços de venda em 5% durante 2022.
Olhando para o quarto trimestre do ano, a distribuição caiu 18% face ao ano anterior, sendo o pior período natalício desde 2013. Ainda assim, os 303,9 milhões de unidades ditaram o crescimento de 1% relativo ao trimestre anterior. Os analistas da Counterpoint referem que as razões da quebra se devem à guerra na Ucrânia, as pressões inflacionárias, a incerteza económica e outros fatores macroeconómicos. A crise do custo de vida, a falta de mão-de-obra no mercado laboral e as limitações energéticas resultaram nesta quebra acentuada.
No que diz respeito à Apple, que hoje publicou que as suas receitas e lucros da Apple registaram uma queda pela primeira vez desde 2019, a Counterpoint afirma que conseguiu gerir com proficiência os problemas de produção. As vendas do iPhone Pro continuam boas e só não foram melhores devido ao surto de COVID-19 que afetou a sua fábrica em Zhengzhou. Isso fez com que muita da distribuição destinada ao período natalício foi empurrado para janeiro de 2023. Mas o segmento premium dos iPhones que ajudaram a Apple a obter resultados mais positivos nos smartphones.
Também no mercado Android, liderado pela Samsung, os smartphones premium ajudaram a amortizar as quebras. A fabricante foi a única, juntamente com a Apple, a ter um crescimento de 1% de receitas, embora os seus lucros operacionais tenham caído também 1% e a distribuição teve uma quebra de 5%.
Seria de esperar que as principais impactadas pelo surto pandémico na China fossem as próprias marcas chinesas, como a Xiaomi, Oppo e vivo que viram quebras de mais de 20%, cada uma. A analista diz que apesar de já oferecerem smartphones premium com margens de lucro agressivas, estas marcas ainda não conseguiram capitalizar por completo a queda da Huawei.
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