Segundo os dados, esta foi a primeira vez desde 2019 que a Apple apresenta uma descida homóloga de faturação. A empresa já atingiu por várias vezes o estatuto de mais valiosa, aproximando-se de uma valorização que lhe permite entrar no exclusivo 3 trillion dollar club.

O último trimestre é particularmente importante para a empresa, por corresponder à época alta de venda de eletrónica de consumo, conjugando a Black Friday e o Natal, mas no último ano as quebras de vendas foram generalizadas. Nos smartphones, as vendas de fim de ano foram as piores de sempre. A última vez que a Apple enfrentou uma queda nas vendas do seu smartphone foi em 2020 (entre agosto e outubro), no pico da pandemia.

Além do arrefecimento económico generalizado, a empresa também foi afetada pela força do dólar e problemas na produção dos seus aparelhos na China.

Contudo, ao contrário de outras grande tecnológicas, a Apple não anunciou despedimentos em grande escala, uma vez que o seu efetivo cresceu a um ritmo menor do que o das concorrentes durante a explosão de que o setor viveu durante a pandemia do novo coronavírus.

A Apple, que tem a maior capitalização bolsista em Wall Street, sofreu uma queda importante da cotação das suas ações em 2022, mas já recuperou 20% desde o início deste ano.

Um vídeo da Statista condensa a evolução das receitas da Apple entre 2001 e 2021, alimentadas por produtos como os computadores Mac, iPhone, iPad, iPod e muito mais.

O computador Macintosh já tem quase 40 anos e o iPhone foi lançado há 16 anos por Steve Jobs, mudando o mercado de smartphones e mesmo o acesso à informação em mobilidade. Recorde a evolução do telemóvel da Apple que continua a ser um sucesso de vendas.

Os dados dos analistas indicam que, entre os vários problemas da economia mundia, os resultados da Apple foram afetados também pelos constrangimentos dos últimos meses na China, onde a marca tem parte significativa da produção dos seus modelos.

Até quase ao final do ano passado, a China manteve em vigor uma política de tolerância zero à Covid-19, que continuou a levar ao encerramento pontual mas recorrente de fábricas e a limitações na gestão de recursos humanos.

A Apple foi igualmente afetada pelos protestos dos trabalhadores da Foxconn, o seu maior parceiro asiático, que em novembro enfrentou protestos violentos de grupos de trabalhadores, por alegados atrasos nos pagamentos e más condições de trabalho. Estes dois aspetos impediram a empresa de conseguir fazer chegar às lojas a quantidade de equipamentos pretendida, no maior período de compras do ano. Os constrangimentos motivaram mesmo uma comunicação ao mercado da própria Apple.

Em 2023, e tal como se espera que aconteça no resto da indústria de equipamentos, a operação da Apple será condicionada pelo abrandamento da procura e as vendas de equipamentos devem manter a tendência de descida, na comparação com o ano anterior.