
Este ano o 5G não tem estado no centro dos debates no 31º Digital Business Congress da APDC. Depois de edições em que a polémica entre operadores e regulador era central, só no debate dos Chief Technology Officers (CTOs) o atraso da tecnologia de quinta geração móvel voltou a ser apontado. Sem contraditório, já que o painel contava com metade dos operadores licenciados para a nova tecnologia, as Grandes Telcos, como indica o nome - a Altice, NOS e Vodafone - e a Anacom este ano não marca presença com oradores do regulador das telecomunicações.
As licenças para o 5G foram atribuídas no final de 2021 e as operadoras avançaram com serviços ainda no final do ano, mantendo-os gratuitos até setembro, depois de um longo leilão que acabou por resultar num encaixe acima do previsto para o Estado e que atrasou todo o processo.
João Teixeira, CTO da Altice, lembrou que “estamos a fazer testes desde 2018” mas reconheceu que ainda estão a ser dados os primeiro passos no desenvolvimento do 5G, e que “há muito para fazer para além de pôr a rede no ar”.
“A tecnologia é nova para todos, existem mercados mais maduros”, afirmou João Teixeira admitindo que há muito para aprender sobre o potencial da rede.
A mesma ideia foi partilhada por Jorge Graça, CTO da NOS, que lamenta o “enorme atraso”, dizendo que “vai ser refletido em todas as empresas de Portugal”. O executivo lembra que o 5G é um enabler e que as empresas podiam ter acesso mais cedo para implementar soluções que permitem ganhos de eficiência e competitividade, com novos modelos produtivos e melhores processos. “Objetivamente é preciso tempo para isso e objetivamente esse é o tempo que foi perdido”, lamenta Jorge Fonseca.
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Paulino Corrêa, CTO da Vodafone também concorda que o tempo perdido não é recuperável, mas recorda que o 4G ainda tem muito para dar. “O que importa é a experiência do utilizador, independentemente da tecnologia”, afirma, adiantando que para além das componentes da velocidade e latência o 5G traz duas inovações importantes de maior interatividade e dinâmica da rede, mas também de abertura ao ecossistema.
“O ecossistema tem de ser criado pelos operadores mas alimentado com os clientes e parceiros, a começar pelos clientes empresariais […] é importante estimular o ecossistema e arranjar forma de o posicionar”, defende Paulino Corrêa.
Os casos de aplicação do 5G ainda têm de dar provas e João Teixeira admite que haverá uma fase de adaptação dos utilizadores. “Agora temos que partir para a ação” alerta, dizendo que o setor está preparado. “Temos que convidar as empresas a virem, tem que haver uma vontade grande do setor empresarial para se envolverem e passarmos à ação”, sublinhando que tem de haver vontade grande das empresas em apostarem na tecnologia.
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As fábricas e portos do futuro que estão a ser desenvolvidos com base em 5G são exemplos de aplicação, e Portugal terá de aprender com outros países que estão mais avançados. Mesmo assim Jorge Graça não tem dúvidas de que o tecido económico do futuro vai precisar do 5G. “Se as empresas não fizerem esta evolução vão ficar para trás […]. O que estamos a fazer é facilitar a evolução tecnológica”, explica, reconhecendo porém que estes ciclos de investimento são longos.
O SAPO e o SAPO TEK são parceiros de Media da APDC para o 31º Digital Business Congress. Acompanhe aqui todas as novidades e notícias deste evento que marca a agenda dos profissionais do sector.
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