"Em 2019 vimos as primeiras redes a aparecer, com 8% dos operadores a fazerem o lançamento das redes", afirmou Nuno Roso, da Ericsson Portugal, numa análise ao ponto de situação do 5G numa conferência de imprensa online.
Apesar de se ter registado a adesão de 13 milhões de utilizadores do 5G em 2020, as coberturas ainda eram limitadas e a própria tecnologia estava ainda muito alavancada pelo 4G, numa configuração não stand alone. A própria disponibilidade dos smartphones limitava o crescimento do mercado, com preços a rodar os mil euros com equipamentos premium.
Em 2020 a expectativa é que a situação mude e que a adesão ao 5G escale, atingindo até ao final do ano 100 milhões de utilizadores, mas também com a redução do preço dos equipamentos, a fixarem-se nos 300 dólares, um valor mais acessível. Nuno Roso, responsável pela área de serviços digitais da Ericsson em Portugal, admite ainda que também a cobertura vai ser alargada fora das cidades e que o leque de serviços vai aumentar, tornando mais fácil o crescimento do número de utilizadores.
A primeira chamada holográfica em 5G, para o Jornal da Noite na TVI, a primeira sessão de roaming entre Portugal e Espanha e um simulacro de um acidente de viação em Aveiro são alguns dos testes já realizados em Portugal com os operadores de comunicações. "Estes evidenciam um potencial muito grande do 5G", sublinhou Nuno Roso durante uma apresentação aos jornalistas.
Algumas das vantagens do 5G foram já comprovadas com a pandemia da COVID-19 e o responsável da Ericsson mostrou o exemplo em vários países durante o confinamento, explicando que os estudos mostram que os padrões de comportamento dos utilizadores estão a mudar.
"Acreditamos que toda esta digitalização e disponibilização de redes de alta disponibilidade são muito importantes para este período de crise e para a nova realidade", sublinha, dizendo que muitos utilizadores mostram vontade de continuar a trabalhar à distância. Mas o impacto não se sente só nos utilizadores finais mas também nas áreas da saúde e indústria, que se estão a transformar e que mostraram estar mais preparadas com redes de alta disponibilidade.
5G é prioridade e deve avançar o mais rápido possível
São estas vantagens que estão a fazer com que vários países, entre os quais os Estados Unidos, estejam a apostar no 5G como prioridade estratégica. E Nuno Roso defende que Portugal deve seguir o mesmo caminho.
"Entendemos o atraso que houve em vários países com a pandemia mas é importante retomar o mais rápido possível os processos", justifica Nuno Roso, dizendo que a Ericsson também sentem esse sinal em Portugal do lado do Governo.
Também Luis Muchacho, diretor da Ericsson Portugal , sublinhou que "gostaríamos já de ter o 5G em Portugal em 2020 por várias razões [...] Há vários países a avançar a Portugal não deve ficar para trás", embora admita que o atraso é perfeitamente justificável. Tal como já tinha sido destacado antes, garante que "a Ericsson está completamente pronta para lançar o 5G em Portugal".
"O 5G vai trazer valor e situação da COVID-19 torna a necessidade mais fundamental [...] tornou visível que as telecom são um bem fundamental nos dias de hoje", refere ainda.
As questões de segurança, e a análise de risco que foi feita na União Europeia, foi também abordada na apresentação, e a toolbox europeia que define algumas das medidas a aplicar por parte das operadoras.
Nota da Redação: A notícia foi atualizada com mais informação. Última atualização 17h14
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