“Estamos a sentir um crescimento do negócio em Portugal”, explica Carlos Jesus num encontro com jornalistas onde partilhou os resultados e a estratégia da Colt Tecnology Services Portugal. O investimento na rede, a renovação tecnológica e a integração com a Lumen, adquirida no ano passado, permitiram impulsionar a empresa e responder à procura de soluções de conetividade por parte dos clientes, em especial as empresas portuguesas com presença internacional que precisam de ligações globais.
A Colt Portugal soma mais de 115 milhões de euros em Portugal, 10 milhões dos quais em 2023, contando já com 20 anos de presença no mercado português onde tem de 3 centros de competência, 2 Redes de área Metropolitana (MAN – Lisboa e Porto), 830 km de rede de fibra ótica, e liga 15 data centers, assim como mais de 777 edifícios e 8 parques industriais em Lisboa, Porto, Oeiras, Sintra, Vila Nova de Gaia e Maia. Agora está a investir na expansão do seu Global IP Transit Backbone com oferta de IP Transit de banda larga de 400Gbps em Lisboa.
Os números são um ponto de partida para o balanço dos resultados financeiros do ano passado com um crescimento de 2,5 vezes nos resultados líquidos, mas também para a análise do primeiro semestre de 2024, que Carlos Jesus, VP Global Service Delivery e Country Manager da Colt Technology Services em Portugal, diz que traz expectativas positivas.
Mesmo sem partilhar números, revelando apenas percentagens, Carlos Jesus admite que 2024 será um ano positivo, ainda que o crescimento não atinja os mesmos números de 2023. A Colt está em processo de reorganização depois da aquisição da Lumen mas já há efeitos positivos no grupo, e também em Portugal, especialmente pela possibilidade de instalação de um Ponto de Presença e interligação internacional (POP na sigla em inglês) de nível de topo (Tier1) que permitirá ainda este mês entregar as primeiras ligações de 2 vezes 100 GB.
“Até agora os pontos de interligação eram em Frankfurt ou Londres, agora passa a haver um em Portugal”, sublinha, explicando que este POP, associado à amarração de cabos submarinos, cria uma vantagem competitiva em Portugal na área das comunicações, reduzindo a latência e garantido aos grandes fornecedores de serviços e conteúdos online ligações robustas e seguras para todo o mundo. “Portugal fica mais competitivo”, justifica, apontando a expansão da Global IP Transit Backbone and Services para Lisboa e duas novas ligações aos centros de dados da AtlasEdge em Carnaxide e da Altice em Linda-a-Velha.
Estes são trunfos para o país que o diretor geral da Colt em Portugal afirma que devem ser explorados pelo ecossistema, com a criação de mais datacenters e a diversificação de locais, para criar maior redundância.
O contexto ajuda também a reforçar a importância de Portugal no grupo Colt, que com a compra da Lumen juntou mais 11 países ao leque de locais onde está presente. Carlos Jesus explica também que o valor gerado em Portugal é mais do dobro do que o faturado pela unidade portuguesa, através dos serviços prestados a empresas internacionais. “Temos impacto relevante e a empresa continua a investir”, destaca.
Atualmente a Colt Portugal conta com três centro de competências em Portugal mas não há perspectivas de novos investimentos nesta área, pelo menos a curto prazo. A empresa também não reforçou o quadro de colaboradores como estava previsto no ano passado, mantendo o número de cerca de 150 pessoas.
"Os resultados que alcançámos em Portugal, em 2023, estão intimamente relacionados com a nossa aposta em áreas relacionadas com a viabilização e a aceleração da transformação digital das empresas, refletindo a extraordinária evolução do mercado das telecomunicações que tem vindo a acontecer no nosso pais”, afirma Carlos Jesus, adiantando que as empresas procuram conetividade de alta velocidade e melhoria de interconetividade,
O responsável pelo negócio afirma que a Colt é líder no mercado de comunicações B2B, com foco na internacionalização das empresas, ligando já 15 datacentres, um mercado que está a evoluir e que deve valer 1,3 mil milhões de dólares até 2027, segundo dados da Arizton. Os centros de dados com ligação mais recente são o AtlasEdge em Carnaxide e a Altice em Linda-a-Velha.
Carlos Jesus destacou ainda a estratégia de sustentabilidade que a Colt está a desenvolver a nível internacional e partilhou que ainda este ano deverá ser alargado a Portugal um projeto piloto para a reciclagem e reutilização de equipamentos legacy desativados, nomeadamente os switch de voz no datacenter e aparelhos nos clientes. “Há um desafio para reduzir a pegada de carbono e estamos a trabalhar nesse sentido”, defende.
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