Em 2026 as compras de bens digitais através da fatura dos operadores de serviços de telecomunicações devem atingir os 74 mil milhões de dólares, num crescimento de 37% face ao valor previsto para 2022 (54 mil milhões de dólares). Os dados constam de um estudo da Juniper Networks e revelam uma tendência cada vez mais relevante para associar o comércio digital à fatura de serviços móveis.
Também mostram que metade desta receita vai ser assegurada pelo gaming, refletindo uma aceleração nas estratégias de monetização das empresas que os fornecem, a consolidação dos modelos de subscrição nos serviços de jogos e a ascensão dos jogos na cloud, graças ao 5G.
Para tirar partido deste potencial a consultora defende que os operadores devem dar prioridade a parcerias com plataformas de jogos líderes da indústria, sem descurar serviços de cloud gaming emergentes.
O estudo Carrier Billing: Opportunities, Challenges & Market Forecasts 2022-2026 faz ainda contas às receitas que os operadores podem chamar a si com estes serviços. Estima-se que em 2026 estas receitas possam ascender a 11 mil milhões de dólares, acima dos 8 mil milhões de dólares previstos para este ano.
Também foi estimada a evolução na utilização dos sistemas de faturação dos operadores para bens físicos, onde se identificou um crescimento ainda maior que, no entanto, parte de uma base mais reduzida. Nos próximos quatro anos este tipo de compras - de bens físicos a partir dos sistemas de faturação dos operadores - deve crescer 270%, para atingir os 13 mil milhões de dólares em 2026.
Voltando à transação de bens digitais, a Juniper identifica os elevados custos por transação como um fator limitativo à utilização dos sistemas de faturação dos operadores para pagamento de bens digitais, comparativamente aos custos associados a pagamento com cartão de crédito ou digital wallets, mas também destaca o alcance dos operadores como uma oportunidade.
"Face a uma transformação digital a acelerar rapidamente nos pagamentos, os operadores podem assumir um lugar de destaque para chegar aos potenciais utilizadores, dado o seu acesso a uma base de assinantes existente. Alavancar esta base de clientes é fundamental para aceder a esta potencial fonte de receitas", destaca Nick Maynard, co-autor da pesquisa.
Recorde-se que a Europa já é uma das regiões do globo onde se venderam mais smartphones 5G no arranque deste ano, destacando-se numa tendência para a adoção do 5G que está a acelerar em todo o mundo. Em janeiro, 51% das vendas de smartphones foram já de equipamentos com conectividade 5G, ultrapassando, pela primeira vez na história, o número de equipamentos vendidos com tecnologias de gerações anteriores, neste caso 4G.
Europa Ocidental, América do Norte e China foram os principais drivers de crescimento, com maior destaque para a China, onde 84% das vendas realizadas em janeiro foram de equipamentos 5G. Os dados são da Counterpoint, que atribui o crescimento ao esforço dos operadores e à disponibilidade de uma oferta abrangente de equipamentos com conectividade 5G a preços competitivos, naquele mercado.
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