O crescimento rápido da Banda larga, a massificação dos serviços de dados móveis, o eGovernment e eHealth e a Convergência são as quatro áreas de oportunidade que a Europa tem de desenvolver durante o ano de 2004, advogou ontem o Comissário Europeu Erkki Liikanen durante o primeiro Jantar-debate de 2004 organizado pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC). Positivo mas cauteloso, o discurso do Comissário recordou ainda as razões porque não foram atingidas as metas de Lisboa, mas considera que agora a Europa está em melhores condições do que em 2000 para alcançar a liderança competitiva e a concorrência dos Estados Unidos.
Numa intervenção onde focou a evolução do sector das Tecnologias da Informação desde 1995, comparando o crescimento económico, produtividade e inovação entre os Estados Unidos e a Europa, Erkki Liikanen destacou a importância do investimento em TIC, mais fundamental do que nunca para assegurar o crescimento da economia. Mas, reconheceu também que os últimos anos não foram fáceis. “Lisboa tem muitos significados para a Europa, e está sobretudo ligada às chamadas Metas de Lisboa”, lembrou o Comissário, falando dos objectivos definidos durante a Presidência Portuguesa da Comissão Europeia que visavam a transformação da Europa até 2010 na mais competitiva Sociedade baseada no conhecimento.
“Mas, depois de Lisboa muitas coisas correram mal”, admite. Duas semanas depois do estabelecimento destas regras assistiu-se à quebra do NASDAQ e iniciou-se a crise do sector das Tecnologias e Telecomunicações. “O caminho alterou-se […] passámos um túnel de 2 a 3 anos e agora estamos a passar um outro, mas em melhores condições, mais magros”, explica Erkki Liikanen.
Entre as quatro grandes oportunidades alinhadas para o sector, o Comissário destacou em primeiro lugar a Banda Larga e lembrou que o crescimento da adesão dos utilizadores a estes serviços é mais rápida em regiões onde diferentes infra-estruturas concorrem. Distinguindo o modelo da Bélgica como um caso de referência, Erkki Liikanen afirmou que este país era o 15º da lista da penetração de serviço em 2000 e que após a abertura do mercado de cabo e ADSL já ultrapassou os Estados Unidos.
Também a nível dos serviços de dados móveis o comissário acredita que 2004 será um ano fundamental para a massificação. Recordando que em Portugal o Euro 2004 terá um papel fundamental, Erkki Liikanen afirmou que não há nenhuma razão para que os operadores não forneçam serviços de terceira geração aos seus clientes e afirmou mesmo que quem não estiver preparado para aproveitar esta oportunidade é melhor sair do mercado.
As soluções de Governo Electrónico e Digitalização do sector da Saúde irão também durante este ano ser fundamentais, mas para além das soluções oferecidas aos cidadãos, 2004 será o ano da mudança em termos de backoffice com a preparação das bases de dados e das pessoas que alimentam e utilizam o sistema para que este funcione mais eficazmente, adianta o Comissário Europeu.
Como última oportunidade Erkki Liikanen deixa a ideia da verdadeira convergência entre serviços, que agora é tecnologicamente possível, mas que tem de evoluir em termos de interoperabilidade das aplicações de forma a que os mesmos conteúdos possam ser exibidos na televisão interactiva, nas redes móveis e na Internet, uma questão que deverá tornar-se mais clara durante este ano.
Por fim, o grande desafio será a batalha entre os spammers e os anti-spammers. O tema tem sido uma das principais preocupações do Comissário, patente em vários discursos nas últimas semanas, que afirma que as mensagens de correio não solicitadas são um cancro, que reduz a produtividade e afastam os utilizadores do correio electrónico. Defendendo um trabalho em três frentes, a legislação, a colaboração com autoridades legais e o trabalho da indústria de
Convidado de honra do Jantar-debate do ano da APDC, o responsável pela Direcção-geral da Sociedade da Informação e Empresas não conseguiu fugir também às principais questões com que se debate o sector das telecomunicações em Portugal. Interpelado por Pedro Norton de Matos da Oni e Paulo Azevedo da Sonae sobre o “pesadelo” dos 4 anos de liberalização do mercado das telecomunicações e os problemas inerentes ao facto do operador incumbente deter os direitos dos principais conteúdos Premium, o Comissário deu respostas politicamente correctas, lembrando que nas telecomunicações é preciso manter o equilíbrio entre a abertura do mercado e o incentivo ao investimento nas infra-estruturas por parte do incumbente e dos novos operadores.
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