À medida que a fase principal do leilão do 5G se prolonga além da marca dos 100 dias, as licitações continuam a crescer a “conta-gotas”. Nas sete rondas do 105º dia, as licitações das operadoras atingiram os 322, 404 milhões de euros, registando uma subida de apenas 359 mil euros em relação ao dia anterior. A totalidade do leilão, que inclui a fase reservada a novos entrantes, soma agora 406,755 milhões de euros.

Através dos mais recentes dados disponibilizados pela Anacom é possível verificar que o interesse voltou a estar centrado na faixa dos 3,6 GHz, sendo a única onde surgem mudanças. Hoje registam-se ligeiras subidas em relação às propostas de 6 dos 40 lotes disponíveis nesta faixa nativa do 5G.

Face ao preço de reserva, constata-se que os lotes da categoria J valorizaram mais de 300%, destacando-se, por exemplo, o lote J11, cujo valor aumentou 325%. Já no que toca aos 6 lotes da categoria H, que quase duplicaram de valor nesta fase do leilão, a sua valorização continua a ser menos expressiva.

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Até agora, a faixa dos 2,1 GHz afirma-se como aquela que mais aumentou de preço durante a fase principal, valorizando mais de 400% face ao preço de reserva. Por contraste, os preços de licitação dos lotes das faixas dos 700 e 900 MHz mantém-se nos 19,2 e 6 milhões de euros desde o início da fase principal e há um lote ainda sem ofertas na faixa que ficou livre após a conclusão do processo de migração da TDT.

Perante o prolongamento do processo, que já ultrapassou a duração de qualquer leilão de espectro em Portugal e na Europa, a Anacom tomou uma decisão de alteração do regulamento, tendo em vista a aceleração do procedimento.

O que foi aprovado é a possibilidade de realizar 12 rondas diárias de licitações, o dobro das que foram feitas durante a larga maioria dos 97 dias da fase principal. Recorde-se que depois do dia 10 de maio o número aumentou ligeiramente para 7 rondas diárias, o qual ainda se mantém.

Sobre a mesa está ainda a possibilidade de a entidade reguladora considerar outras opções para acelerar o processo , incluindo a mudança dos montantes mínimos de aumento nas licitações, impedindo subidas de 1% e 3% que têm sido a norma nos últimos meses.

Os operadores tinham criticado a Anacom pela proposta de mudança de regras a meio do procedimento do leilão e a nova decisão também a gerou reações negativas da Altice PortugalNOS e Vodafone. Recentemente, o presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, pediu também o afastamento do presidente da Anacom para que o 5G possa ser uma realidade em Portugal.

Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização 18h53)