A fase principal do leilão do 5G avançou para o 116º dia e, nas sete rondas de hoje, as licitações alcançaram os 326,838 milhões de euros. O valor corresponde a uma subida de 371 mil euros em relação ao dia anterior, em linha com a tendência de crescimento a “conta gotas” das propostas verificada nas últimas semanas.

Os dados disponibilizados pela Anacom permitem verificar que o interesse dos operadores voltou a estar centrado na faixa dos 3,6 GHz, com subidas em relação a 7 dos 40 lotes disponíveis, todos da categoria J. Nesta faixa nativa do 5G, os lotes da categoria J valorizaram mais de 300% em relação ao preço de reserva, destacando-se, o caso do lote J09, que registou uma subida de 342%.

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A faixa dos 2,1 GHz mantém-se como aquela que mais aumentou de preço durante a fase principal, valorizando mais de 400% face ao preço de reserva. Já os preços de licitação dos lotes das faixas dos 700 e 900 MHz continuam nos 19,2 e 6 milhões de euros desde o início da fase principal e na primeira das faixas um dos lotes ainda não recebeu ofertas.

Apesar da longa duração do leilão, que decorre há mais de 6 meses, o encaixe potencial não cresceu proporcionalmente. A totalidade do leilão, que inclui a fase reservada a novos entrantes, resulta agora num encaixe potencial de 411,189 milhões de euros.

À medida que o leilão avança lentamente, os operadores ainda esperam a conclusão do processo de consulta para a alteração do regulamento aprovada pela Anacom que prevê a possibilidade de se realizarem 12 rondas diárias de licitações. Recorde-se que a decisão não foi bem vista pelos operadores e tanto a Altice Portugal, como a NOS e a Vodafone reagiram negativamente.

Numa recente comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, no âmbito da audição da Anacom, João Cadete de Matos, presidente da entidade reguladora, garantiu que no dia em que o leilão do 5G terminar "vai ser público tudo aquilo que aconteceu ao longo" do processo e quem utilizou as regras para o prolongar.

Por outro lado, André de Aragão Azevedo, secretário de Estado para a Transição Digital, deu a conhecer que espera que seja "uma questão de semanas" até que o processo do leilão 5G esteja encerrado, relembrando numa recente entrevista à Lusa que embora haja uma "correlação direta entre a disponibilização do 5G e o acelerar" da agenda digital portuguesa, a mesma "não se cinge ao tema do 5G".