O leilão do 5G em Portugal bate recordes em matéria de duração e, com a fase principal a avançar para o 49º dia, a “travessia” promete prolongar-se. Hoje, nas já habituais seis rondas, as licitações alcançaram os 263,81 milhões de euros, numa subida de 1,089 milhões em relação ao dia anterior. A soma das licitações de ambas as fases do leilão resulta já um valor superior a 349 milhões de euros, ultrapassando o preço de reserva fixado pela Anacom nos 237,9 milhões.

Através dos mais recentes dados disponibilizados pela Anacom é possível constatar novamente o interesse das operadoras na faixa dos 3,6 GHz, cuja valorização tem vindo a subir nos últimos dias. Hoje há subidas nas propostas relativas a 22 dos 40 lotes e verifica-se uma dinâmica de crescimento das ofertas das operadoras que leva a aumentos a rondar no máximo os 174% em face ao preço de reserva.

Recorde-se que a faixa dos 2,1 GHz é que mais aumentou de preço durante o leilão, tendo registado uma subida de 400% em relação ao valor do primeiro dia de licitações. No terceiro dia, o valor do lote E1 passou para 10,4 milhões, subindo depois para 10,6 milhões, um valor que se mantém até hoje.

Já na faixa dos 2,6GHz, onde o interesse das operadoras também ficou marcado, os dois primeiros lotes tinham registado um crescimento de mais de 200% em relação ao preço de reserva. No 36º dia, o terceiro dos lotes apresentou licitações a ultrapassar os 5,2 milhões de euros, numa valorização de 75%.

As faixas dos 700 MHz e dos 900 MHz não registam alterações desde o início da fase principal do leilão, mantendo os preços de licitação de 19,2 e 6 milhões, respetivamente. Na faixa que ficou livre após a conclusão do processo de migração da TDT ainda há um lote sem ofertas.

O lançamento de serviços comerciais de quinta geração móvel ainda no primeiro trimestre de 2021, tal como estava previsto no calendário da Anacom, está a tornar-se cada vez mais improvável. O regulamento estipula que o leilão só chega ao fim quando não existirem novas licitações, fixando-se o valor final e cabendo à Anacom fazer a consignação e a atribuição das licenças.

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Todo o processo tem vindo a ser marcado por polémica e, depois das críticas de Cláudia Azevedo, presidente executiva da Sonae, ainda ontem houve um novo pedido de suspensão por parte da Altice. Numa carta à Anacom a operadora demonstra preocupação com as notícias que surgiram e que apontam para uma possível fusão entre a Másmóvil e a Vodafone e pede a suspensão do leilão caso o negócio se concretize.

Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização 18h49)