[caption]Pedro da Cunha[/caption]
TeK: Como é que a tecnologia da Exago foi parar ao PARC? Como é que foi feita a escolha?


Pedro da Cunha:
Sabíamos que queríamos estar mais próximos deste epicentro da inovação. Silicon Valley é a referência, muito para além das tecnológicas. Numa visita à Califórnia, em networking, tivemos a oportunidade de conhecer executivos do Parc. Estavam a sondar o mercado, a procurar opções para alavancar os seus processos de inovação interna, a abordar um conjunto de potenciais fornecedores.

Agarrámos logo a oportunidade para avançar com uma proposta, com credenciais que conseguimos já reunir, em diversas indústrias, mas essencialmente muito focada nas necessidades e objetivos que tinham definido. Foi uma ótima notícia saber que nos tinham selecionado. Soubemos posicionar-nos bem, e o nosso modelo tem já importantes provas dadas que deram garantias de viabilidade do projeto.

TeK: Porque acham que foram escolhidos? O que representa para a Exago esta escolha? Abre portas?


Pedro da Cunha:
Há um forte alinhamento entre o nosso modelo de gerir a inovação e aquele que o PARC quer promover internamente. Entre as características mais distintivas estão uma plataforma 'gamificada', que recorre a mecanismos de jogo, promovendo uma participação mais ampla e assídua; o uso de mercados preditivos sofisticados para apoiar a tomada de decisão sobre as ideias com maior potencial, aquelas que devem seguir para uma análise mais aturada; e os nossos serviços de gestão ativa da comunidade dos participantes, que garantem um funcionamento eficaz e continuado do modelo.

É uma escolha importante, que nos desafia e motiva. Coloca não só uma estaca na Califórnia (é o primeiro cliente neste estado), como também nos associa a uma referência mundialmente conhecida. Esperamos sentir efeitos positivos em todos os mercados onde operamos.

TeK: Como avaliam o vosso percurso até agora? Que "vitórias" já podem destacar?


Pedro da Cunha:
Em sete anos, chegámos a 19 países, em quatro continentes, temos três escritórios: em Lisboa, Londres e São Paulo. Servimos mais de 500 mil utilizadores, em cinco línguas, e estamos a traduzir a plataforma para mais duas. Processámos com este software já mais de 50 mil ideias, com mais de um milhão de transações nos mercados preditivos, 750 mil posts em fóruns de discussão.

São, sobretudo, número impactantes porque significam um maior envolvimento dos colaboradores nos desígnios das suas empresas, bem como retorno efetivo e a busca de novos caminhos que podem fazer a diferença num mercado global altamente competitivo. Um dos nossos clientes, por exemplo, teve logo um retorno de 30 milhões de euros com a adoção da nossa solução, em apenas 3 anos.

TeK: Quais são os principais desafios neste momento?


Pedro da Cunha:
Temos como grande objetivo acelerar o crescimento nas nossas geografias de eleição: Europa, América Latina e EUA. Na prática, o desafio é encontrar cada vez casos mais concretos para a utilização do nosso modelo, resolvendo problemas cada vez mais tangíveis. Problemas que possam beneficiar do poder da "inteligência colectiva" das pessoas, seja em contexto empresarial ou em projetos de open innnovation. Com esta fórmula afinada podemos ter outro alcance, através de promoção direta e de parcerias relevantes nas principais geografias.

TeK: Como esperam ver evoluir o vosso negócio? O que querem para o futuro?


Pedro da Cunha:
Pretendemos ser um líder mundial na prestação de soluções para desafios reais de negócio, baseados em princípios fundamentais de inovação. Acreditamos que os todos os colaboradores das organizações, e não somente a gestão, vão ter um papel cada vez maior no futuro das suas empresas. Queremos olhar para trás daqui a uns anos e ver que fizemos a diferença nesta transformação no modo como as empresas são geridas.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico