Por Fernando Braz (*)
As empresas, governos e a sociedade em geral estão a enfrentar desafios críticos à medida que emergimos de uma pandemia global, além de terem de responder ao problema mais premente que a humanidade enfrenta nas mudanças climáticas. Os dois últimos anos vieram reforçar de forma poderosa de que estamos todos conectados, relembrando que temos de cuidar dos nossos stakeholders, incluindo o nosso planeta, algo que nunca foi tão importante.
Como a realidade das mudanças climáticas continua a afetar de forma desproporcional os mais pobres e vulneráveis, a verdade é que não há tempo a perder em demonstrar ações climáticas mais ousadas. O tema do Dia da Terra deste ano "Investir no nosso planeta, porque um futuro verde é um futuro próspero” dirige-se diretamente a todos nós.
Já não é suficiente para as empresas desenvolverem produtos de consumo de excelência e gerarem lucros. Aliás, no mais recente Trust Barometer da Edelman, 52% dos entrevistados afirmaram que não consideram que as empresas estão a fazer o suficiente para resolverem os problemas climáticos. Esta é uma indicação clara de que as pessoas esperam mais ação e transparência na forma como as empresas medem a sua sustentabilidade e impacto social.
A chave para construir confiança é contar com um plano de ação climática credível e tangível. Empresas de todas as dimensões precisam fazer três perguntas essenciais a si mesmas. Em primeiro lugar devem perguntar-se o que estão a fazer e a razão pela qual o fazem, no que se refere aos seus produtos e serviços. Em segundo lugar, como é que o fazem - isto é, em relação ao seu modelo operacional e cadeia de valor. Em terceiro e último lugar, quem é que influenciam - colaboradores, clientes, a sociedade?
Com a ajuda de tecnologias colaborativas e orientadas por dados, as empresas podem visualizar o seu caminho rumo à neutralidade de carbono mais rápido e devem oferecer os mais altos níveis de responsabilidade. Ao incentivar outras pessoas a juntarem-se a si na sua jornada, podem ser uma ótima plataforma para mudanças positivas.
Investir na transparência, capacitar os colaboradores
Nesta nova era de responsabilidade climática, os dados de carbono das organizações precisam de assegurar o mesmo nível de confiança que os dos seus dados financeiros. No entanto, se não conseguirmos ver os dados e não conseguirmos compreender os nossos próprios dados, torna-se mais difícil conseguir resolver o problema. Para garantir que as emissões de carbono sejam abordadas de forma impactante, é importante que as empresas invistam nas ferramentas certas para fazerem esse rastreio.
Relatórios de confiança, insights profundos e análises hipotéticas podem ajudar as organizações a melhorarem a sua previsão de pegada de carbono e visualizarem o progresso dos seus compromissos de ação climática. Ao alinharem as suas metas com as estabelecidas pela ciência climática mais recente, podem desenvolver um caminho claramente definido para reduzirem as emissões de acordo com as metas globais que sabem que irão gerar impacto.
Quando se trata da gestão de resíduos, com uma única fonte de verdade, as empresas podem carregar e rastrear dados de gestão de resíduos perigosos e não perigosos, e métodos de tratamento, como aterros sanitários, compostagem ou combustão - tudo num único lugar.
Além das operações, é importante que os colaboradores se sintam capacitados para desempenharem o seu papel no dia-a-dia, para se alcançar a neutralidade de carbono. Vejamos os programas de viagem, por exemplo. Ser capaz de fazer o rastreio, analisar e efetuar rapidamente o relatório de dados ambientais de confiança, pode ajudar os clientes de viagens empresariais a reduzirem as suas emissões de viagens de negócios e a cumprirem as metas de sustentabilidade empresarial.
A otimização de ferramentas de reserva de viagens de colaboradores que recomendam modos de viagem com emissões mais baixas, como tipos de transporte usados, duração da estadia e uso de energia no local, pode ajudar a impulsionar o envolvimento, a educação e a mudança de comportamento dos colaboradores em escala.
Investir em ecossistemas, integrando a sustentabilidade nas cadeias de abastecimento
Os fornecedores são, e sempre foram, uma parte significativa da equação de redução de carbono. A ação climática é mais eficaz quando trabalhamos em conjunto com os nossos clientes e fornecedores, dando prioridade à ação climática orientada por dados em todos os níveis, integrando ainda mais a sustentabilidade em todos os aspetos da cadeia de abastecimento.
Para uma empresa adotar uma estratégia climática impactante, todas as emissões devem ser consideradas e contabilizadas no seu portfólio de emissões de carbono. Uma grande parte é permitir que os fornecedores acedam a ferramentas e a suporte que irão permitir que eles deem os seus próprios passos práticos em direção à descarbonização.
Apenas ao investir-se em ferramentas que fazem o rastreio das emissões scope 3 (emissões indiretas que ocorrem na cadeia de valor de uma empresa) na mesma plataforma que analisa as emissões de scope 1 (emissões diretas de ativos próprios e operados) e as emissões de scope 2 (associadas à compra de energia elétrica), aquecimento ou refrigeração para utilização própria da empresa), poderemos obter uma imagem precisa e holística dos dados de emissões.
Investirmos juntos no nosso planeta
A emergência climática só será resolvida com a reformulação de todos os aspetos da nossa economia, desde a agricultura ao transporte, passando pelos serviços financeiros, bens de consumo, entre outros. Além do impacto que as empresas podem causar nas suas operações na luta contra as mudanças climáticas, ao olharmos para o Dia da Terra, este ano, é importante também podermos alavancar o poder das parcerias. Com a ajuda da tecnologia, juntos podemos desbloquear o potencial de colaboradores, fornecedores e sociedade para responsabilizar as empresas e incentivar maiores investimentos num futuro mais sustentável para todos.
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