Os sinais positivos na economia portuguesa, com a redução na taxa de inflação e a subida nas projeções de crescimento do PIB, parecem encontrar eco nas perspetivas de contratação das empresas para o terceiro trimestre do ano, nomeadamente nas Tecnologias da Informação.

Os empregadores dos nove sectores analisados em Portugal no ManpowerGroup Employment Outlook Survey esperam aumentar as suas equipas no terceiro trimestre do ano e oito deles têm intenções de contratação mais otimistas, face ao segundo trimestre de 2023. Por outro lado, sete reduzem as suas projeções face ao período homólogo de 2022.

O sector das Tecnologias da Informação é o que demonstra maior intenção para contratar colaboradores, com uma projeção para a criação líquida de emprego de +44%, o que representa uma subida de 12 pontos percentuais (p.p.) face ao período entre abril e junho do presente ano, mas que se traduz numa descida moderada de sete p.p. face ao mesmo período do ano passado.

Na lista dos mais otimistas está também o sector da Energia e Utilities com +37%, o que espelha uma subida de oito pontos percentuais relativamente ao trimestre anterior. Segue-se o setor dos Serviços de Comunicação, que incluem telecomunicações e media, e que apresenta uma projeção robusta de +32%. No entanto, este valor traduz uma ligeira descida, de três p.p, face ao último trimestre e de dois p.p. face ao mesmo período do ano passado.

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Os dados do estudo da Manpower estão em linha com os resultados do mais recente “Estado da Nação”, que indicava que as vagas de emprego para especialistas em TIC cresceram a um ritmo cinco vezes superior ao do emprego geral. Em contraste, o relatório da Fundação José Neves também destacava que a escassez de talento leva a que seis em cada 10 empresas reportem dificuldades de recrutamento.

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Criação de emprego cresce em todas as áreas

No geral, há uma projeção para a criação líquida de emprego de +27% para o terceiro trimestre de 2023, um valor já ajustado sazonalmente e que reflete uma subida de 11 pontos percentuais face ao segundo trimestre deste ano, indica o relatório da Manpower.

O valor traduz, porém, uma descida ligeira de quatro p.p., na comparação com o período homólogo de 2022, quando a generalidade dos sectores registava uma forte recuperação pós-pandémica e ainda não eram notados efeitos decorrentes do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

As quatro categorias de empresas, independentemente da dimensão, avançam com previsões de contratação positivas para o terceiro trimestre de 2023, mas apenas duas das categorias assumem uma evolução positiva face ao período compreendido entre os meses de abril a junho de 2023, e só um tipo de organização evolui positivamente em relação ao período homólogo do ano passado.

Com a previsão mais robusta e próspera está a categoria das médias empresas, cuja projeção para a criação líquida de emprego se fixa nos +38%. Este valor animador traduz-se ainda num crescimento acentuado de 27 p.p. face ao trimestre passado e numa evolução positiva de nove p.p., comparativamente ao mesmo período do ano passado.

As grandes empresas apresentam a segunda projeção mais forte, com o valor de +29%, o que revela um crescimento de 12 p.p. face ao segundo trimestre do ano. No entanto, se comparada com o mesmo período do ano passado, regista-se um abrandamento ligeiro de três pontos percentuais.

Seguem-se as empresas de pequena dimensão e as microempresas, com uma projeção de +19% e 18%, respetivamente. Os valores das duas categorias, quando comparadas com o segundo trimestre do ano, registam um decréscimo das previsões em um ponto percentual e sete pontos percentuais, respetivamente. Com a mesma tendência, quando comparada com o período homólogo de 2022, mostra-se um decréscimo considerável de 12 p.p. nas pequenas empresas e de nove pontos percentuais nas microempresas.