Montra TeK: GIFs animados ou a arte das imagens em movimento

4 ago 2011 13:30

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O formato não serve só para os adolescentes trocarem entre si corações reluzentes. Há quem recorra aos GIFs para criar verdadeiras obras de arte, onde o movimento pode ser tão subtil como o ondular do cabelo numa fotografia estática.

Quando pensamos em GIFs animados a primeira imagem que nos vem à cabeça pode não ser a melhor, mas descanse que o que temos em mente não é oferecer-lhe uma lista de sites para "sacar" coraçõezinhos brilhantes e pequenos póneis saltitantes, daqueles que nos habituámos a ver decorar páginas Web e perfis em redes sociais.

O formato, criado há mais de 20 anos pela CompuServe, que tomou como nome a sigla GIF (Graphics Interchange Format), pode ser descrito como um formato de imagem de mapa de bits com a particularidade de permitir a criação tanto de imagens estáticas, como de animações.

[caption] créditos: Stephanie Davidson [/caption]

Amplamente usado na Web com resultados mais ou menos interessantes - sem que lhe possa ser negado o mérito de ter oferecer uma forma fácil (e barata) de introduzir elementos animados nas páginas - o formato tem despertado também o interesse dos artistas empenhados em explorar as plataformas multimédia.

Algumas das abordagens optam por explorar a perspetiva mais retro do formato, que estão patentes não só nas animações, como no tipo de imagens usadas e na relação entre elas.

Um dos exemplos mais reconhecidos, com direito a menção num artigo publicado no site do Museu Guggenheim sobre este tema, é o de Stephanie Davidson.

A artista cria GIFs recorrendo a imagens encontradas online e técnicas de animação lo-fi (low fidelity) e narrativas abstratas e em looping, numa evocação dos milhões de vezes que as imagens são copiadas online.

No seu site disponibiliza uma lista de trabalhos desenvolvidos em diversos suportes, dedicando uma secção generosa aos GIFs, dos quais reproduzimos abaixo dois exemplos que - com toda a subjetividade inerente a uma seleção num tema como o de hoje - consideramos representarem abordagens estéticas diferentes por parte da autora.

[caption] créditos: Stephanie Davidson [/caption]

Seguindo a mesma lógica de conjugação de imagens com movimentos assumidamente repetitivos e fáceis de percecionar à primeira passagem dos olhos pela imagem, sugerimos a visita ao site de um coletivo de artistas que afirmam não o ser. Confuso?

"I'M NOT NA ARTIST, an animated GIF paranoia anout non-stop design workers" é o nome desta obra digital, num site onde, para além de poder clicar em cada uma das imagens para vê-la preencher o ecrã, como se de mosaicos se tratasse, há mais para descobrir no menu do lado esquerdo da página.

[caption] captura de imagem do site I'M NOT NA ARTIST [/caption]

Os mosaicos voltam a ser uma constante no trabalho do fotógrafo mexicano Jaime Martinez, que para além de apostar esporadicamente nos GIFs animados, dedica toda uma série de trabalhos, datados de 2009, ao formato.

Céus, retratos, bandas e público em concertos são alguns dos temas presentes na coleção do autor que acompanhou em digressão artistas como M.I.A. e conta com trabalhos publicados em revistas como a Rolling Stone.

[caption] captura de imagem do site [/caption]

À boleia das fotos de Jaime Martinez, entramos num registo mais discreto, ou subtil, consoante prefiram chamar-lhe. A primeira sugestão vai para o blog "If we don't, remember me" - numa referência a uma frase famosa do filme "Kiss Me Deadly" (O Beijo Fatal), de Robert Aldrich.

Como denuncia a escolha do nome para o blog, as referências cinematográficas abundam por aqui, desde as imagens manipuladas pelo autor (anónimo) às frases ou trechos que as acompanham.

Abaixo deixamos alguns exemplos da longa lista presente do iwdrm, aproveitando para avisar que no caso da segunda imagem ser particularmente atento e paciente para ver a "magia" acontecer.

[caption] créditos: iwdrm [/caption]

Para o fim deixámos aquele que é provavelmente o caso mais mediático da lista, as criações da fotógrafa de moda Jamie Beck e do designer Kevin Burg. O casal que tem dado que falar este ano chama-lhes Cinemagraphs, por misturarem os conceitos de fotografia e filme.

A técnica tem sido aplicada a diversos trabalhos e temas, contemplando fotos da cidade de Nova Iorque, eventos de moda ou mesmo comida, disponíveis para consulta no site do projeto.

O resultado impressiona não só pela qualidade das imagens, que têm sido descritas como verdadeiras obras de arte, como pela subtileza dos movimentos.

[caption] cinemagraphs [/caption]