O programa NEO foi criado precisamente depois de um falso alarme de um asteroide que deveria atingir a Terra ter sido divulgado e causado pânico. O caso aconteceu há precisamente vinte anos e desde então a ESA - a Agência Espacial Europeia, em colaboração com os Estados Unidos, mantém um registo dos objetos perigosos e uma newsletter atualizada sobre os que se aproximam da atmosfera.

Atualmente estão registados mais de 17 mil NEO (Near-Earth Object) mas só pouco mais de setecentos são considerados perigosos. A análise está relacionada com a ponderação da órbita e do risco de entrarem na atmosfera. Todos os meses dezenas de objetos aproximam-se da Terra mas nem todos representam perigo. Ainda assim, a entrada de asteroides na atmosfera é frequente e o gráfico abaixo, criado pela NASA, mostra localizações de impacto entre 1994 e 2013.

tek localizações NEO da NASA
tek localizações NEO da NASA O diagrama mostra dados recolhidos entre 1994 e 2013 do impacto de pequenos asteroide que se desintegraram na atmosfera terrestre, durante o dia ou de noite. créditos: NASA

No site do Centro de Coordenação NEO é possível obter mais informação, incluindo as órbitas previstas e algumas imagens, assim como o acesso aos dados de cada NEO registado. Pode ainda navegar pela informação do sistema de prevenção da ESA que mantém debaixo de olho outras possíveis ameaças provenientes do espaço.

Este mês está prevista a reentrada da estação espacial chinesa -  Tiangong-1 - na atmosfera terrestre, e as rotas definidas para a possível queda incluem Portugal, Espanha e Itália, pelo que vale a pena manter o "nariz no ar" para acompanhar os desenvolvimentos do tema. Recorde-se que em 1991 já a estação espacial soviética também se despenhou na Terra, com destroços a cair na Argentina, sobre a cidade Capitán Bermúdez. Em 2001 foi a vez da MIR, mais uma estação espacial russa, que se desintegrou sobre o Oceano Pacífico.