O número de instalações está a crescer e também o dos códigos usados por utilizadores que testaram positivo à COVID-19 também, embora sejam ainda uma pequena percentagem do número de infetados, que tem vindo a aumentar significativamente nas últimas semanas. Rui Oliveira, administrador do INESC TEC e Professor da UMinho, responsável pelo desenvolvimento da STAYAWAY COVID, explicou ao SAPO TEK os números, as campanhas de divulgação e o trabalho para garantir a interoperabilidade com as aplicações europeias.
No espaço de um mês a aplicação STAYAWAY COVID foi descarregada e instalada mais 974 mil vezes, o que pode não corresponder a um número de pessoas, ou equipamento, sobretudo se houver repetições ou uso em vários equipamentos pela mesma pessoa. A 15 de novembro já tinha sido instalada 2.590.842 vezes, como revelou o responsável pelo desenvolvimento da STAYAWAY COVID.
É um crescimento de 60% face a 15 de outubro de 2020, mas é no número de códigos utilizados que o crescimento é mais significativo. Em outubro tinham sido usados 179 códigos desde o lançamento da aplicação e em um mês o número subiu para 1.526 códigos utilizados. Ainda assim é uma pequena percentagem do número de casos positivos registados, que tem crescido significativamente nas últimas semanas e já acumula mais de 236 mil casos confirmados em Portugal desde o início da pandemia.
A baixa utilização dos códigos tem sido criticada e não faltam testemunhos de utilizadores que depois de diagnosticados como positivos não receberam nenhum código para usar nas aplicações, mesmo depois de insistirem com os médicos. A SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, já tinha adiantado ao SAPO TEK que tem sido feita formação e que em setembro e outubro foram realizados webinares sobre a plataforma Trace COVID-19, essencialmente sobre a geração de códigos, e “diversas ações de divulgação de uma operação, a geração de códigos, que é extraordinariamente fácil”, indica fonte oficial daquela organização.
Picos de adesão com jogos da Seleção
“A adesão tem sido satisfatória e os indicadores estão na linha de outros países europeus com aplicações similares”, afirmou ao SAPO TEK o responsável pelo desenvolvimento da aplicação, que refere que “tem havido alguns picos de adesão, como no dia do lançamento da aplicação, nos dias dos jogos da Selecção, porque a Federação Portuguesa de Futebol e a Liga Portugal fizeram uma campanha promocional, e nos dias seguintes ao anúncio do Sr. Primeiro Ministro relativo à obrigatoriedade da aplicação”.
Apesar da polémica que as declarações sobre a possibilidade de tornar a aplicação de instalação obrigatória, o número de downloads aumentou, mas Rui Oliveira sublinha que “o efeito mais importante foi levar ao debate público temas relevantes de cidadania, que vão desde a privacidade e protecção de dados a direitos digitais, entre outros”.
Com mais de 2,5 milhões de downloads da aplicação, “a nossa ambição é que mais pessoas instalem”, defende o responsável pela STAYAWAY COVID.
Questionado pelo SAPO TEK sobre campanhas de sensibilização junto de alguns grupos específicos de utilizadores, Rui Oliveira diz que sabe que o Ministério da Educação tem vindo a sensibilizar toda a comunidade educativa para a importância da instalação e utilização da STAYAWAY COVID, tendo disponibilizado diversos materiais promocionais criados pelo INESC TEC, como posters e vídeos, aos agrupamentos escolares de todo o país.
Nas universidades o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior também recomendou desde o início do ano escolar a utilização da aplicação nas universidades e politécnicos em todo o país. “Depois de lançado o repto, a nossa percepção é que a maioria das instituições do Ensino Superior estão realmente empenhadas em incentivar a utilização da aplicação junto dos seus estudantes, professores e funcionários”, refere.
Rui Oliveira afirma ainda que “a Federação Portuguesa de Futebol, a Liga Portugal e centenas de empresas/instituições, da saúde à indústria, passando pelo retalho e serviços, até à agricultura, turismo ou transportes, aderiram a esta causa” com a divulgação do uso da aplicação. “O INESC TEC empenhou-se institucionalmente em promover a adesão da STAYAWAY COVID, especialmente junto dos setores cujo encerramento seria mais crítico para a economia, e felizmente a lista de entidades aderentes é extensa”.
O trabalho na app continua a ser feito também para garantir a interoperabilidade com outras aplicações europeias. “Estamos a trabalhar afincadamente para termos essa funcionalidade a funcionar até ao final deste mês em alguns países”, afirmou, sublinhando que “brevemente daremos mais notícias”.
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