A retirada dos telemóveis das escolas, de acordo com estudos realizados na Bélgica, Espanha e Reino Unido, citados num relatório da UNESCO, melhora os resultados da aprendizagem, especialmente para os alunos com fraco aproveitamento escolar.
Também foi demonstrado que é benéfico para combater o bullying (violência sistemática sob diversas formas), melhorar a concentração e a autoestima face aos efeitos nocivos das redes sociais, especialmente entre as raparigas.
Os resultados foram apresentados ontem pela UNESCO no Dia Internacional da Educação e que indicam que no final de 2023 as restrições tinham sido aplicadas em 60 sistemas educativos, enquanto no início de janeiro de 2025 o número subiu para 79 países.
Os dados constam de uma atualização especial do Relatório de Monitorização Global da Educação (GEM), produzido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) para monitorizar o progresso dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
O vídeo que acompanha o relatório mostra os benefícios da tecnologia, mas também a forma como podem ser um bloqueio para a educação, se não usada de forma adequada.
A ideia não é bloquear totalmente o acesso, mas estabelecer condições adequadas que permitam maior equilíbrio. "Os alunos precisam de aprender sobre os riscos e as oportunidades que acompanham a tecnologia e não estar totalmente protegidos deles. Mas os países precisam de dar melhores orientações sobre quais as tecnologias permitidas nas escolas e quais não são, e sobre a sua utilização responsável", pode ler-se no relatório da UNESCO.
"Só a tecnologia que tenha um papel claro no apoio à aprendizagem deve ser permitida na escola", refere o relatório.
Como exemplo da forma como os países têm estado a implementar controles é referido que em França foi sugerido o alargamento da chamada "pausa digital" a mais turmas, ou na China, cidades como Zhengzhou pedem agora aos pais um consentimento escrito para a utilização do telemóvel, mesmo para fins pedagógicos.
Menos comuns são os casos em que as medidas foram flexibilizadas, como na Arábia Saudita, que reverteu as suas proibições após a oposição de grupos de defesa de pessoas com deficiência, de modo a que os telemóveis pudessem ser utilizados para fins médicos.
Em alguns países, os níveis de restrição são heterogéneos de acordo com as especificidades regionais, como em Espanha, onde apenas três das 17 regiões (País Basco, La Rioja e Navarra) já introduziram proibições.
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