
Os sistemas de alertas dos terramotos dependem da análise em tempo real das ondas detetadas pelas estações sísmicas, localizadas por perto, mas também pelos acelerómetros dos smartphones. Segundo um estudo financiado pela Google, liderado pela equipa de pesquisa da gigante tecnológica, em parceria com investigadores das Universidades da Califórnia e Harvard, publicado na Science, o uso dos smartphones, embora tenham menor capacidade de resposta, é uma forma promissora de oferecer alertas em áreas sem estações sísmicas.
O estudo analisou o resultado do sistema Android Earthquake Alert (AEA) que foi lançado nos smartphones Android em 98 países, tendo aumentado o acesso total aos sistemas de alerta de 10 milhões para 2,5 mil milhões de pessoas durante três anos (2021-2024). O sistema enviou mais de 1.200 alertas durante esse período, tendo gravado erros de baixa magnitude e oferecido alertas de pré-sismo de forma consistente com os outros sistemas de deteção, mas a uma maior escala.
“Os sistemas de alerta precoce de sismos estão, gradualmente, a ser disponibilizados, numa estratégia de reduzir perdas nos tremores de terra, mas estas redes regionais sísmicas que são requeridas não existem em muitos países suscetíveis a sismos”, refere o documento. Acrescenta que o uso global da rede de smartphones Android pode ser usada para desenvolver capacidades de deteção de sismos, para um sistema de entrega de alertas e ainda a criação de uma plataforma de feedback dos utilizadores.
Nos três anos de operação, o sistema detetou uma média de 312 sismos por mês, com magnitudes entre os M 1.9 e M 7.8 na Turquia. Nos 98 países onde foi analisado o sistema, foi enviado cerca de 60 alertas para sismos acima de M 4.5, e 18 milhões de alertas para as pessoas por mês.
O sistema de feedback voluntário mostrou que 85% das pessoas que receberam o alerta realmente sentiram a terra a tremer. O estudo refere ainda que 36% receberam o alerta antes, 28% durante e 23% depois do “abanão”. O estudo procura mostrar como os algoritmos de deteção de sismos nos smartphones podem ser implementados à escala, podendo ser melhorados.
Na prática, os investigadores instalaram uma aplicação no sistema Android, em que utiliza o acelerómetro do equipamento inativo para detetar a passagem das ondas semelhantes às de um sismo. Ao sentir os abalos, envia uma mensagem aos servidores da Google com essas informações e a localização do smartphone. Depois de receber as informações de vários smartphones, organizados como uma rede de deteção de sismos, estes conseguem localizar a fonte, assim como a magnitude do terremoto. À semelhança dos alertas da Proteção Civil, a Google envia os alertas a todos os smartphones que estão no local.
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