A parceria entre as duas empresas começou ainda em 2015 mas materializou-se só em 2016 no primeiro smartphone com câmaras Leica, o Huawei P9, lançado em abril. E desde então já deu provas noutros equipamentos lançados pela Huawei, entre os quais o P10 e o mais recente Mate 10 Pro, que chegou ao mercado português na semana passada.
Marius Eschweiler, diretor de desenvolvimento de negócio da Leica garante que esta é uma parceria de sucesso e que está a expandir-se. “É bom trabalhar de forma próxima com a Huawei. Somos uma empresa pequena, com cerca de 700 pessoas, e é importante termos um acordo com uma empresa tão grande como a Huawei, que tem mais de 8 mil funcionários”, explicou num encontro com jornalistas no Leitz Park, a sede da empresa Wetzlar, perto de Frankfurt.
Com uma história de várias décadas no desenvolvimento de lentes e câmaras que marcaram a história da fotografia, a Leica tem vindo a desenvolver uma série de parcerias com várias marcas em áreas muito específicas, e nos smartphones a aliança com a Huawei é vista como uma estratégia importante da empresa alemã numa área em desenvolvimento rápido.
“Não queremos só dar a marca para as câmaras dos smartphones mas também dar um contributo tecnológico, trabalhar para melhorar os módulos de câmaras fotográficas. […] Não são só as lentes que contam, mas também os restantes componentes, e o software e algoritmos”, justifica Marius Eschweiler.
Por isso a Leica tem uma equipa dedicada a trabalhar com a Huawei, localizada na sede da empresa na Alemanha. “Não conseguimos separar completamente o que faz cada uma das empresas neste projeto de desenvolvimento de câmaras para os smartphones. Decidimos não ter equipas diferentes mas trabalhar mesmo em conjunto, numa unidade única”, adianta, embora não confirme o número de pessoas alocadas a esta unidade.
Para o Huawei Mate 10 Pro a Leica também colaborou no desenvolvimento da tecnologia de inteligência artificial que ajuda a detetar as imagens captadas e a ajusta automaticamente as configurações, melhorando o resultado final, e Marius Eschweiler admite que este é também um trabalho que vai ser aprofundado à medida que a capacidade de processamento e a inteligência dos algoritmos ganha mais espaço nos smartphones.
O diretor de desenvolvimento de negócio da Leica defende que independentemente da tecnologia aplicada, e do modo como as imagens são trabalhadas com mais ou menos algoritmos e software, o mais importante é o resultado. “A fotografia é o mais importante e é o que perdura no tempo […] trabalhamos para este resultado final”, sublinha.
A Leica tem na sua sede um espaço público dedicado à fotografia, com a exposição de imagens de fotógrafos e alguns dos produtos históricos da marca, mas também a área de fabrico, que pode ser visitada no seguimento de um museu aberto, e onde é feita a produção de lentes. Há ainda muito trabalho manual envolvido no fabrico das câmaras da Leica e todos os anos são produzidas aqui dezenas de milhares de câmaras fotográficas. A marca tem também uma fábrica em Portugal, localizada em Famalicão, onde são produzidos vários componentes das câmaras e outros equipamentos, como binóculos.
A produção das lentes para os smartphones da Huawei é mais mecanizada e não passa pelas instalações da Leica na Alemanha.
Explorar a fotografia do Mate 10 Pro com os conselhos de Alex Lambrechts
O fotógrafo e embaixador da Leica é um dos profissionais que tem trabalhado com os smartphones da Huawei para mostrar o potencial destes equipamentos. Começou com o P9 mas garante estar muito satisfeito com os resultados que consegue obter de forma fácil, e com pouco esforço, com o Mate 10 Pro. “Os algoritmos de deteção inteligente ajudam a identificar as melhores configurações de forma automática e o resultado é muito surpreendente”, explicou aos jornalistas.
“Algumas das fotografias que consegui fazer com o Mate 10 Pro não seriam possíveis com nenhum outros sistema”, garante, afirmando que não está a falar apenas de smartphones e de fotos casuais mas a comparar mesmo com outros equipamentos fotográficos.
Mas estes modos automáticos não são “batota”? Alex Lambrechts diz que não sente que está a fazer batotice quando usar o Mate 10 Pro. “Sou um pouco preguiçoso como fotógrafo. Há muita coisa que conta para uma boa fotografia e não apenas a qualidade técnica, ou o detalhe. Gosto da forma como as imagens captam uma determinada perspetiva, e o Mate 10 Pro permite trabalhar em ambientes de luminosidade reduzida com um detalhe que é surpreendente”, explicou ao TEK.
A nível profissional Alex Lambrechts trabalha com câmaras Leica, mas não só. E admite que é um fã do analógico e de peliculas mais antigas, chegando a comprar rolos já velhos e mandar revelar em estúdios de menor qualidade porque gosta da forma como o grão resulta na imagem final.
O fotógrafo guiou um grupo de jornalistas numa viagem pelo mercado de Natal de Frankfourt onde mostrou como experimentar algumas das potencialidades do Mate 10 Pro para conseguir as melhores composições e explorar as luzes e a exposição no lusco fusco.
Na galeria abaixo estão algumas imagens que resultaram dessa experiência.
Nota da Redação: O TEK viajou para Frankfurt a convite da Huawei.
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