![Nuvens coloridas (e arco-íris) pintam o céu de Marte em novo registo do rover Curiosity](/assets/img/blank.png)
Há novas imagens fascinantes do céu marciano. A 17 de janeiro de 2025, o rover Curiosity registou nuvens crepusculares coloridas, num vídeo captado com a sua Mastcam.
Tingidas de tons avermelhados e esverdeados, as nuvens foram vistas a flutuar no céu do planeta vermelho e são feitas de dióxido de carbono congelado, conhecido como "gelo seco". O fenómeno ocorre numa altitude entre 60 e 80 quilómetros, onde as temperaturas são extremamente baixas.
As chamadas nuvens noctilucentes ou "de brilho noturno" são um tipo raro de nuvem que reflete a luz do Sol quando este está abaixo do horizonte, criando um efeito visual único. Estas formações já tinham sido documentadas por missões anteriores, mas a capacidade de captar a iridescência - ou “arco-íris de cores” - é uma conquista mais recente.
O Curiosity começou a observar este fenómeno em 2019, e desde então tornou-se num evento sazonal previsível, durante o início do outono no hemisfério sul de Marte.
Diferente das terrestres, as nuvens marcianas podem ser feitas de gelo de água ou de dióxido de carbono. Compostas por gelo seco, as nuvens mais altas são as únicas conhecidas por produzir o efeito de iridescência. Este fenómeno ocorre devido à dispersão da luz solar nas partículas dos cristais de gelo, permitindo aos cientistas estudar o tamanho e o crescimento destas partículas ao longo do tempo.
Além disso, o Curiosity também registou plumas brancas a descerem pela atmosfera. Estas plumas são feitas de dióxido de carbono congelado que evapora ao aproximar-se da superfície, onde as temperaturas são mais elevadas. Curiosamente, a 50 quilómetros de altitude, o rover também observou nuvens de gelo de água a moverem-se numa direção oposta.
Vejo o registo em vídeo
Apesar das descobertas, as nuvens crepusculares feitas de gelo seco permanecem um mistério. Parecem surgir apenas em locais específicos, como o Monte Sharp, na cratera Gale, onde a Curiosity pousou em 2012. Contudo, rovers como o Perseverance, localizado no hemisfério norte de Marte, nunca observaram este fenómeno desde a sua chegada em 2021.
Mark Lemmon, cientista do Space Science Institute, sugere que ondas gravitacionais podem estar envolvidas. Estas ondas atmosféricas podem arrefecer a atmosfera, permitindo a condensação do dióxido de carbono. No entanto, as ondas gravitacionais de Marte ainda não são totalmente compreendidas, deixando em aberto a razão pela qual estas nuvens se formam apenas em certas áreas.
As descobertas não se limitam às nuvens. O Curiosity continua a explorar a cratera Gale e áreas adjacentes, como Gediz Val nlis e a cratera apelidada de “Rustic Canyon”. Estas áreas fornecem pistas sobre o passado geológico e climático de Marte, com o potencial de revelar moléculas orgânicas que podem esclarecer se o planeta vermelho alguma vez abrigou vida microbiana.
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