Faz hoje um ano que a Rússia invadiu a Ucrânia, naquela que Vladmir Putin considerou uma operação militar especial para desmilitarizar a Ucrânia, sobre o pretexto de acabar com o nazismo no país. As primeiras explosões começaram no dia 24 de fevereiro, na capital Kiev e outras cidades do país, levando o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky a decretar a lei marcial.
No dia que se comemora o primeiro ano de guerra na Ucrânia, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução (com 141 votos a favor e 7 contra) que exige a retirada imediata das forças armadas russas do país. Ainda houve 32 abstenções, incluindo a China, Moçambique e Angola. Os Aliados classificam esta agressão como a mais grave ameaça à segurança euro-atlântica em décadas”. A NATO afirma que manterá o seu apoio pelo tempo necessário para ajudar a Ucrânia a vencer a guerra. Na declaração das Nações Unidas, a Rússia é acusada de ameaçar a segurança global, sem demonstrar qualquer abertura na procura da paz.
Os conflitos na Ucrânia têm sido acompanhados do céu, através dos satélites que registam o estado de destruição causados por bombardeamentos e mísseis, assim como acompanham os movimentos estratégicos do exército russo. A Maxar Technologies tem vindo a fornecer imagens a partir do céu com alta qualidade durante todo o ano, mas outros serviços como a Planet Labs também têm acompanhado a guerra.
Veja na galeria as imagens de satélite registadas ao longo de um ano de guerra na Ucrânia:
No dia 24 de fevereiro foram partilhadas as primeiras imagens do antes e depois da invasão russa na base aérea de Chuhuiv, assim como os movimentos da Rússia perto da fronteira da Ucrânia a preparar o avanço no país. Nos dias seguintes a ofensiva russa gerou imagens de destruição impressionantes, com diversos pontos estratégicos a serem anulados.
As imagens de satélite mostraram pontes destruídas, hangares de aeroportos em ruínas e o fumo a alastrar-se pelas casas incendiadas, que acabaram por se tornar efeitos colaterais da invasão. Nos diversos dias após o início da invasão foram também registados os movimentos dos veículos blindados russos a tomar posições estratégicas. E de forma mais impressionante, civis e filas de veículos em espera para passar as fronteiras para se refugiarem nos países vizinhos como a Eslováquia e a Polónia.
Nas semanas seguintes do início da guerra, as imagens de satélite captaram os veículos militares a serem colocados em vilas a norte de Kiev, assim como perto do aeroporto Antonov em Hostomel, a cerca de 54 quilómetros da zona nordeste da capital ucraniana. As cidades de Borodyanka, Stoyanka e Chernihiv foram algumas das primeiras cidades a sentir o peso dos bombardeamentos da Rússia, situadas nos arredores da capital ucraniana. As imagens mostram prédios de apartamentos demolidos, supermercados e outros edifícios civis.
Os engenheiros ganham estatuto de heróis ao trabalharem em constante contrarrelógio para manter as comunicações a funcionar, garantindo os serviços de segurança ucranianos e administrações civis. Muitos desses engenheiros permaneceram em Karkhiv, a segunda maior cidade ucraniana para manter os centros de dados a funcionar.
Algumas das imagens de satélite mais marcantes registaram as crateras do peso dos bombardeamentos no Teatro Dramático de Mariupol, edifício que foi utilizado como refúgio para as famílias ucranianas. Mas nem o facto dos painéis no edifício a indicarem a presença de crianças impediu o bombardeamento. Hospitais e zonas residenciais foram alvo constante dos ataques russos a Mariupol, sendo uma das cidades mais fustigadas pela guerra.
A zona de Chernobyl também não escapou aos avanços da Rússia, com as imagens a mostrar o sarcófago da central nuclear intacto, mas com destruição registada no seu perímetro. O Centro de Treino de Desportos Olímpicos em Chernihiv também foi captado em destroços, salientando-se uma cratera no centro do relvado.
As imagens mais dramáticas de satélite mostraram uma vala comum criada na cidade de Bucha, a 37 quilómetros de Kiev, onde se acredita que tenham sido sepultadas cerca de 150 vítimas dos confrontos. Os bombardeamentos à cidade causaram muitas vítimas comuns e foram registados pelos jornalistas no local cadáveres espalhados pelas ruas.
Mariupol foi uma das cidades mais bombardeadas do início da guerra, ficando marcado pelos grupos de resistentes ucranianos que se mantiveram firmes no interior da siderurgia de aço Azovstal. Putin não quis destruir a fábrica, mas impediu que ninguém entrasse ou saísse da mesma durante o domínio da cidade. O cemitério Starokrymske de Mariupol continuou durante os meses do conflito a expandir-se, com testemunhas da cidade a dizerem que os soldados russos continuam a retirar corpos dos edifícios destruídos e a enterrá-los no local. Estima-se que desde o início da guerra tenham sido escavadas mais 4.600 campas, mas sem se conseguir determinar quantas pessoas foram enterradas.
A Ilha das Serpentes, localizada no Mar Negro, foi palco de combates intensos. Este ponto é estratégico para a circulação de navios de mercadorias. A Ucrânia conseguiu retomar o território, mas do lado da Rússia foi dito que a missão no local estava concluída e que saiu da ilha em gesto de boa-vontade para evitar uma crise de alimentos.
Em outros locais da Ucrânia, as imagens de satélite captaram também a construção das linhas defensivas pelas forças de mercenários pró-russas, como a Wagner Group. A chamada linha de Wagner tem quase dois quilómetros de comprimento, nos arredores de Hirske, a leste da Ucrânia. Estas linhas são compostas por pirâmides de cimento e têm o objetivo de travar veículos ucranianos que entrassem na cidade controlada pela Rússia.
À medida que as forças ucranianas vão recuperando algumas regiões das cidades do país e com isso a acumulação de perdas no exército russo, a destruição dos conflitos continua a ser registada quase um ano depois do início da guerra. Na região de Donetsk, pode-se ver as crateras causadas pela artilharia nas imagens de satélite, correspondentes a três meses de conflitos intensos, perto da aldeia de Vuhledar. Além de vídeos onde parecem ser blindados da Rússia a serem destruídos, há desorientação das formações do seu exército perante a defesa da região.
No dia que se comemora o primeiro ano da guerra, a NATO demonstrou a vontade de intensificar o apoio político e prático à Ucrânia na sua defesa contra a invasão russa. E reconhece o direito da Ucrânia à autodefesa e à escolha das suas disposições de segurança.
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